Do Metrópoles
Na única agenda aberta de campanha nesta segunda-feira (22/10), o candidato ao Governo do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que não participará de mais nenhum debate, a menos que Rodrigo Rollemberg (PSB) assine um termo de compromisso para tratar apenas de propostas. “Eu nem sei se confio na assinatura dele. Se for para debater sobre os problemas da cidade, estou dentro.
Para Ibaneis, essa decisão não impactará nas pesquisas eleitorais. “O voto está consolidado. Quem está pedindo para eu não ir é o eleitor, que não quer ouvir essa baixaria. Tenho sangue frio, sou advogado e sei responder a tudo”, afirmou. Ele participou de evento do grupo Lide, formado por empresários do Distrito Federal.
Segundo o emedebista, Rollemberg “está mentindo” e tem patrocinado fake news, “através de seus funcionários comissionados”. “Tenho várias denúncias. Ele tinha que parar com isso em favor de Brasília e dele próprio”, atacou. Mais cedo, o advogado divulgou uma nota para justificar sua ausência no certame da rádio CBN. “A culpa de eu não ir a debates é do governador, que esqueceu a campanha e partiu para a baixaria.”
Bolsonaro
Na reunião com o empresariado, no Hotel Kubitschek Plaza, Ibaneis declarou sua torcida por Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. Segundo ele, o presidenciável conhece muito bem a capital e os dois terão “uma boa interlocução”. “Tenho certeza de que com ele à frente do governo federal nós vamos trazer para Brasília muito desenvolvimento”, disse.
Em relação ao nome do PT na corrida ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, o emedebista alegou que uma possível vitória do petista acentuaria a divisão no país. “Tenho convicção de que o Bolsonaro, hoje, tem muito mais condições de governabilidade. O que sobrou foi aquele PT muito radicalizado e eles não terão capacidade de interlocução.”
Sinceramente, se perguntar para mim, eu torço pela vitória do Bolsonaro. Mais pela capacidade de união dele”, Ibaneis Rocha.
Respeito e ajuda
Em entrevista à CBN, nesta manhã, Rollemberg afirmou que a probabilidade do concorrente ser cassado é “muito grande”. No encontro com empresários, Ibaneis respondeu: “Isso é uma preocupação para a área jurídica. Tenho excelentes advogados e confio na Justiça. Ele quer levar insegurança ao eleitor”.
Ao longo do discurso no evento, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF) acusou o governador de estar tentando jogar “o meu nome no lixo”. “Eu sei de todas as minhas qualidades e os meus defeitos. Tenho tudo declarado, construído com muita honestidade”, defendeu-se.
Após as críticas e alfinetadas, Ibaneis tentou amenizar o clima. Ele disse não desconsiderar o auxílio de Rollemberg na próxima gestão, caso seja eleito. “Quero que as coisas terminem de uma forma tranquila. Tenho um respeito muito grande pelo governador e por sua família. Acho que o embate e esse calor de campanha acontece, mas não deve prevalecer. Depois de passado tudo isso aí, todo mundo tem que sentar à mesa. E ele, como um político experiente, pode também nos ajudar.”
Agefis e central de projetos
O emedebista foi questionado sobre o fim da Agência de Fiscalização (Agefis) – uma das bandeiras de sua campanha. Para empresários presentes, as invasões são um concorrente desleal do mercado imobiliário e a extinção do órgão só aumentaria o problema. “Eu pretendo descentralizar a fiscalização e ter um fiscal lá na ponta, onde está ocorrendo a ilegalidade. Quero tirar esse nome da Agefis e que ela seja uma agência que trabalhe pelo bem da cidade”, explicou o candidato.
Ibaneis também disse que pretende manter a Central de Aprovação de Projetos (CAP) apenas para as obras de médio e grande porte, dissociando as de menor proporção. “Ela penaliza aquele que está na ponta e precisa se deslocar. Todo esse trabalho junto à administração regional pode ser melhorado para as pessoas com renda e obras menores”, disse.