Referência no diagnóstico da leucemia, inclusive dos casos mais graves da doença, como a mieloide (medula óssea) e a linfoide (glóbulos brancos), desde 2016, após a transformação do Hospital de Base do DF (HBDF) em Serviço Social Autônomo (SSA), pacientes começam a reclamar de descaso no atendimento. A denúncia foi apresentada pelo deputado distrital, Chico Vigilante (PT), a partir de relatos da paciente, Arlete Soares Bezerra, em tratamento na unidade desde 2014.
De acordo com o parlamentar, Arlete Soares está em acompanhamento da hematologia e necessita realizar um exame de PML, na medula óssea, a cada seis meses. Porém, desde o início de junho, a paciente está sem acesso ao procedimento, por falta de reagente. “É necessário. Sempre fiz sem problemas no hospital de base, mas no dia 12 de junho fui fazer o exame e não está mais fazendo por falta de reagente, segundo o hospital informou”, revelou.
Segundo a denunciante, o exame em laboratório particular custa cerca de R$ 800, porém, o hospital tem que colher o sangue porque o ambulatório da empresa não realiza esse procedimento. A preocupação de Arlete é que, caso chegar uma pessoa com sintomas de leucemia, “infelizmente será óbito, por falta de um exame”, avisa.
Rollembergmente
Vigilante criticou o novo modelo de ‘gestão’ do HBDF e os gastos com propaganda por parte do GDF para dissimular a má-gestão do hospital. O parlamentar afirma ainda que oficiou denúncia à Procuradoria de Defesa da Saúde do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
“O Governo do Distrito Federal gasta milhões em publicidade nas mídias para vender a ideia de que o Instituto Hospital de Base é moderno e eficiente, mas a realidade é completamente diferente”, criticou ao apontar os perigos que a terceirização pode causar à Saúde pública. “Essa é mais uma prova de que a privatização do Hospital de Base foi a pior coisa que aconteceu para os pacientes do Distrito Federal”, concluiu Vigilante.
Rollembergmente II
As colocações de Vigilante corroboram com um fato recente e criticados por sindicalistas, mais uma vez, alvo de ataque direcionado pelo atual ocupante do Buriti, Rodrigo Rollemberg.
Durante mais uma sessão de entrega de ‘escrituras’ em Santa Maria (16/Jun), Rollemberg criticou sindicalistas em relação à criação do IHBDF. “Depois que criamos o Instituto Hospital de Base, que a oposição não queria deixar a gente criar. Que os sindicatos não queriam deixar a gente criar, quando foi criado o Instituto Hospital de Base, tinha seis salas de cirurgia funcionando, hoje tem 11 salas de cirurgias funcionando. Nós já reabrimos no hospital de Base, 107 leitos que estavam fechados. Hoje estamos comprando remédios no hospital de Base com 45 dias quando a média da secretaria de saúde compra em oito meses. Nós estamos pagando com uma redução de 10% em relação a Secretaria de Saúde, isso é um governo sério minha gente. Isso é um governo que tem procurado fazer as coisas para o benefício da população.”.
Esquecido…
No entanto, o que Rollemberg parece ter ignorado, ou esquecido, é que ao assumir o governo, em 2015, o HBDF contava com 16 salas cirúrgicas e todos os leitos em pleno funcionamento. E que, a gestão do atual governador foi responsável pelo fechamento dos leitos e a redução do centro cirúrgico.
O atual ocupante do Buriti se esquecer, também que, após a implantação do IHBDF, o hospital perdeu título de referência nacional de transplantes cardíacos e inclusive de rins, após suspensão de credenciamento, em janeiro desse ano. Ou ainda, o descredenciamento da do programa de residência médico oncológica, com o agravante da ‘intervenção’ da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), em outros 48 programas de médicos residentes do Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF).
Com informações de Agência Brasília e Tudo OK Notícias