A nova diretoria do Sinpol-DF foi empossada na última segunda (17), em uma solenidade realizada no Auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O evento contou com a presença de autoridades, parlamentares e figuras importantes do DF.
A cerimônia empossou 18 policiais civis para a Diretoria Executiva do Sinpol-DF e mais sete para o Conselho Fiscal da entidade. O presidente eleito para o próximo triênio é o agente de polícia veterano Enoque Venancio de Freitas, que terá como vice-presidente o escrivão de polícia Diego Vaz.
Em seu discurso de abertura, Enoque saudou todos os presentes, destacou as conquistas do último triênio e reafirmou o compromisso da diretoria com as principais demandas da categoria durante a nova gestão.
“Reafirmo o meu compromisso e o da diretoria em trabalhar incansavelmente pela nossa categoria. Estamos cientes dos desafios que enfrentaremos, mas não pouparemos esforços para alcançar os objetivos dos policiais civis”, disse Enoque.
Durante o discurso, ele destacou três principais demandas. A primeira é definir o vínculo jurídico da PCDF. “A categoria não aguenta mais negociações dobradas para receber reajustes salariais. É preciso definir claramente de quem é a responsabilidade, do governo federal ou do GDF”.
Enoque ressaltou que a recuperação da isonomia entre policiais civis e federais continua como uma prioridade para a diretoria. Ele disse que o acordo firmado para o reajuste deste ano foi um passo essencial para alcançar esse objetivo.
“Não descansaremos até restaurar a verdadeira dignidade dos policiais civis do DF. Ter essa paridade não é um favor, é uma obrigação. Buscaremos o apoio das autoridades competentes para corrigir essa injustiça”.
A contratação de mais servidores para a PCDF também é uma meta da nova gestão do Sinpol-DF. Enoque declarou que atuará para que o GDF contrate todos os concursados que concluíram os cursos de formação, bem como os previstos para esse ano e o próximo.
“O atual quadro de policiais civis está sobrecarregado há anos. É inadmissível que a Polícia Civil da capital da República, referência em segurança para o país, tenha mais de cinco mil vagas em aberto e não as preencha, mesmo havendo pessoal disponível para contratação”, enfatizou.
O discurso do presidente foi dirigido aos policiais civis, familiares, autoridades do GDF, parlamentares e figuras públicas de destaque que prestigiaram a solenidade de posse do Sinpol-DF.
Entre os presentes estavam a governadora em exercício do DF, Celina Leão, o presidente da CLDF, Wellington Luiz, o secretário da Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, o secretário-executivo do Ministério da Segurança Pública, Ricardo Cappelli, a deputada federal Erika Kokay, o corregedor-geral da PCDF, Adval Cardoso, o presidente da Caesb, Pedro Cardoso Filho, e o ex-deputado federal Luis Miranda.
Além disso, estiveram presentes outros dirigentes de entidades, como Alex Galvão, diretor da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Cláudia Alcântara, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo-DF), e André Meirelles, presidente da Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística (ABPC).
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RECONHECIMENTO
Durante seu discurso na solenidade, Celina Leão relembrou o trabalho conjunto realizado pelas autoridades dos governos federal e distrital, parlamentares da bancada do DF e dirigentes das entidades para a conquista da recomposição salarial dos policiais civis.
“Agradeço ao presidente Lula e ao ministro Flávio Dino pela coragem em encaminhar esse Projeto de Lei, enfrentando todas as dificuldades e desafios que vivemos [em Brasília], e levá-lo ao Congresso Nacional. Também gostaria de expressar minha gratidão aos nossos congressistas. A vitória alcançada é fruto de um esforço coletivo. Vocês buscaram e encontraram, nos gabinetes, o compromisso do governo”, destacou Celina.
Wellington Luiz, por sua vez, também falou sobre o trabalho em prol da valorização dos policiais civis, mas ressaltou a atuação da gestão “União e Luta!”, que, segundo o parlamentar, que é policial civil veterano, uniu a categoria e renovou a esperança, resultando em sua filiação novamente à entidade após um período afastado.
“Vocês assumiram o sindicato e trouxeram outro discurso, outro conceito, unindo a categoria e acabando com o separatismo, o que me fez filiar novamente”, disse.
“Enoque, estou extremamente satisfeito com a sua administração e sei que será uma gestão de muito sucesso. Parabenizo todos os policiais civis pela escolha que fizeram, por terem colocado novamente à frente do sindicato aqueles que demonstraram compromisso e responsabilidade, e isso essa gestão fez com grande maestria”, concluiu Wellington.
Ricardo Cappelli iniciou o discurso enfatizando o respeito que o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem com os policiais civis do DF. Ele relembrou os dias em que esteve como interventor federal em Brasília e destacou a eficiência e o apoio integral dos policiais civis nas investigações para elucidar os crimes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
“Foram dias difíceis que ficaram para a história da democracia brasileira. E não teríamos conseguido superar as dificuldades sem o apoio integral dessa corporação. Por isso sou eternamente grato e me sinto devedor por todo esse suporte. Fiz questão de vir para deixar registrado o meu agradecimento a todos vocês”, disse Cappelli.
“Quero dizer também que vocês votaram muito bem elegendo essa diretoria. Dia sim, e outro também, eles estavam lá no MJSP cobrando. Quando eu achava que não tinha mais nada, eles estavam lá de novo cobrando o reajuste, fazendo o bom papel que o sindicato tem que fazer para defender os direitos e interesses da categoria. Então, também deixo registrado o trabalho incansável dessa diretoria pelo reajuste dos policiais civis”, concluiu.
Sandro Avelar, que também já foi representante de entidade classista, falou sobre a importância do cargo e os desafios de representar uma categoria. Para ele, a atual diretoria do sindicato tem conseguido cumprir com a missão de lutar pelos interesses dos policiais civis.
“Vocês da PCDF são muito abençoados por terem grandes representantes à frente dessa missão de comandar e representar a categoria. Tenho orgulho de estar ombreado com vocês em uma relação muito sincera, transparente de respeito e admiração. Ao Enoque e a toda diretoria, desejo boa sorte nessa nova gestão”, disse.
Erika Kokay fez um breve panorama do trabalho realizado para o reajuste dos policiais civis. Falou das dificuldades que surgiram no caminho e que a superação veio com o trabalho conjunto das autoridades, parlamentares e representantes dos sindicatos, que se uniram para que os direitos da categoria fossem preservados.
“Foi uma luta absolutamente justa e que contou com o apoio de toda a bancada do DF para superar mais uma etapa no Congresso Nacional, que também contou com o trabalho essencial dos deputados distritais que representam os policiais civis”, afirmou.
A parlamentar destacou que o seu trabalho para recuperar a dignidade dos policiais civis do DF, junto ao Sinpol-DF, não parou na conquista do reajuste salarial. “Precisamos da isonomia com os policiais federais, e não vamos desistir desse pleito. Vamos criar uma mesa de discussão para tratar dessa pauta e também para definir o processo de negociação com a PCDF, definir quem é o responsável pelo reajuste”, disse.