Presidente Alex Galvão fez questão de ir à 23ª DP parabenizar toda a equipe pelo brilhantismo na resolução do caso | Foto: Comunicação/SINPOL-DF

O crime que chocou os moradores do Distrito Federal na última segunda, 11, envolvendo o casal Laércio José Moreira, 54 anos, e Helena Maria Moreira, 50, vítimas de homicídio dentro da própria residência, em Ceilândia, teve um rápido desfecho graças à ação célere e eficiente dos policiais civis da 23ª Delegacia de Polícia (DP).

Inicialmente apurado como latrocínio, o crime ocorreu por um desentendimento há menos de dois meses entre o mentor do crime, Hyago Lorran Franco, e Laércio: ambos vendedores de salgados e concorrentes em um mesmo ponto de venda, em frente a uma universidade em Águas Claras.

Em cinco dias corridos, a equipe da Seção de Investigação de Crimes Violentos (SicVio), da 23ª DP, conseguiu identificar e localizar os quatro envolvidos. Em entrevista ao Sinpol-DF, o agente de polícia civil e chefe substituto da SicVio, Rodrigo Dias, contou mais detalhes de como ocorreu a investigação – liderada desde o início pela unidade do setor P Sul.

Assim que tomaram conhecimento do caso, os policiais foram ao local do fato e, por meio de imagens de uma câmera de segurança, identificaram que se tratava de quatro criminosos envolvidos. A placa do veículo foi anotada por populares e repassada aos policiais civis.

Os investigadores entraram em contato com a proprietária do veículo usado para cometer o crime, que contou ter emprestado o carro a um amigo. Ela registrou boletim de ocorrência e ajudou a localizar o rapaz, que foi preso no mesmo dia, por volta das 19h.

O carro foi localizado duas horas antes da primeira prisão, em um lava jato na altura do Recanto das Emas. O veículo foi deixado no local para ser limpo de possíveis evidências da ação truculenta.

Após a oitiva do motorista do veículo, os policiais chegaram aos nomes dos comparsas, exceto o de Hyago. Em pesquisas no sistema da PCDF, a equipe da SicVio identificou onde morava o suspeito maior de idade, entretanto, ele havia evadido de sua residência após o ocorrido.

Na terça, 12, os policiais civis continuaram as diligências por meio de um trabalho de convencimento junto à esposa e à genitora do foragido, para que ele se entregasse. No dia seguinte, 13, ele se apresentou à delegacia acompanhado por um advogado e, após prestar depoimento, a polícia chegou aos nomes do menor de idade e do mandante do crime, Hyago.

“Apresentamos o menor na Delegacia da Criança e Adolescente (DCA) II na quarta, onde ele admitiu sua participação e de outros dois, mas não citou Hyago. O menor ficou apreendido na DCA”, disse Dias.

Na quinta, 14, e na sexta, 15, a delegacia montou uma força-tarefa para prender os outros dois criminosos, entre eles o mandante. Nas primeiras horas da sexta, uma equipe da 23ª DP conseguiu efetuar a prisão do terceiro suspeito e, no fim da tarde, a equipe da SicVio prendeu Hyago.

Na delegacia, Hyago admitiu sua participação e contou a motivação: o criminoso tinha divergência com Laércio por conta do preço mais barato dos salgados da vítima.

Segundo Hyago, ele havia sido ameaçado por Laércio e, por conta disso, reuniu os comparsas para “dar um susto” no comerciante, porém, um dos colegas efetuou o disparo e matou o casal.

“Nossa equipe ficou diuturnamente voltada para o caso. Acreditamos que ele já tinha a intenção de assassiná-lo e, como a esposa estava na casa, achou por bem ceifar sua vida, para que ela não fosse testemunha ocular do crime”, ressaltou o agente.

A polícia concluiu, por fim, que os criminosos forjaram latrocínio para não voltar a linha de investigação para Hyago, mas que o caso tratava-se de duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, além de corrupção de menores para os maiores de idade envolvidos.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF, Alex Galvão, fez questão de ir à 23ª DP parabenizar toda a equipe pelo brilhantismo na resolução do caso. Ele ressaltou que ações como essa demonstram à sociedade a importância da valorização dos policiais civis.

“Mesmo sem o devido reconhecimento por parte do governo e da própria sociedade, os policiais civis arriscam suas vidas diariamente para dar uma resposta eficaz na elucidação de crimes como esse”, destacou Galvão.

Um dos filhos do casal, Bruno José Moreira, 25 anos, concedeu entrevista ao Sinpol-DF para relatar sua gratidão ao trabalho célere dos policiais civis da 23ª DP no desfecho do caso.

“Eles puderam amenizar nosso sofrimento prendendo os responsáveis pelo crime rapidamente. Além disso, a presteza e apoio incondicional do Dr. Vander e do Dr. Gustavo foram importantíssimas. Toda a corporação nos passou confiança de que o crime seria elucidado e, graças a Deus e ao trabalho de toda a equipe, isso aconteceu”, relatou ele.

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