O trabalho no Serviço Voluntário Gratificado (SVG) da Polícia Civil do DF (PCDF) será suspenso por quatro dias, entre 3 e 6 de janeiro de 2022, em uma medida que representará um “primeiro recado” ao Governo do Distrito Federal (GDF), que ainda não sinalizou com uma proposta de recomposição salarial para a categoria. Confira detalhes no vídeo acima!
Na prática, isso significa que haverá uma paralisação no atendimento das delegacias. Atualmente, elas só funcionam em horário integral graças ao SVG, implantado pelo governador Ibaneis Rocha logo no início do mandato.
A decisão veio em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na última terça, 23, convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF). A deliberação implica que nenhum policial deverá marcar o SVG naquele período.
“Ninguém pode acusar a categoria de não abrir o diálogo, porque tudo o que fizemos até agora foi dialogar; empenhamos um grande esforço em construir o caminho para recomposição salarial e outros pleitos. Agora, é preciso que haja uma atitude clara do GDF”, afirmou Alex Galvão, presidente do Sinpol-DF.
Antes da AGE, dirigentes do Sinpol-DF e do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo-DF), reuniram-se com o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo, e com o delegado-geral da PCDF, Robson Candido, para tratar do pleito.
Nessa agenda, ficou acordado que haverá uma reunião com o governador em breve. O próprio secretário se comprometeu em marcar o encontro.
“Essa foi a terceira reunião que tivemos na Secretaria recentemente. As manifestações da categoria nos últimos dias e a convocação desta assembleia também fizeram pressão. Nós colocamos, mais uma vez, toda a situação que os policiais civis vêm enfrentando e reiteramos o pedido por aquilo que queremos, que é nosso por direito”, frisou Galvão.
ORÇAMENTO
O presidente do Sinpol-DF explicou que, no último ano, a diretoria voltou os trabalhos a pavimentar o caminho para que a recomposição seja assegurada em 2022, quando as restrições impostas pela Lei Complementar 173 acabarão.
“Não existe recomposição salarial sem lei para regulamentá-la. Atuamos para colocar no Orçamento, e conseguimos. Agora, só depende de construção orçamentária. Não podemos ficar ao que o governo federal oferecerá às forças federais porque nosso fosso é maior”, completou.
Em consonância ao discurso de Galvão, o vice-presidente do sindicato, Enoque Venâncio, instigou a categoria a se manter unida na luta que será alavancada a partir dessa assembleia. “Esse é o nosso momento. Nosso foco é ter a paridade de volta, mas é preciso que estejamos unidos nesse propósito”.
Ele foi acompanhado pelo diretor de Comunicação, Vanderlei Malta. “Nossa diretoria atuou incansavelmente ao longo dos últimos meses para que tenhamos não só a nossa recomposição, mas todos os outros pleitos que almejamos, como é o caso da assistência à saúde. Mas é chegada a hora de a categoria também se unir, porque o sindicato somos todos nós”, frisou.
ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Tida, hoje, como a segunda maior demanda dos policiais civis do DF, a implantação de uma política de assistência à saúde no âmbito da PCDF também tem sido alvo de atuação do Sinpol-DF.
Ao detalhar o andamento do pleito, o presidente do sindicato explicou que a diretoria trabalhou em defesa dessa demanda porque a necessidade por ela ficou ainda mais evidente com a pandemia da Covid-19.
Galvão esclareceu que, embora vetada pelo presidente Bolsonaro, há grandes chances de o veto ser derrubado. Ainda que não haja previsão de ser votado pelo Congresso, a diretoria tem buscado apoio com agentes em todos os poderes.
Na semana passada, inclusive, dirigentes do sindicato foram recebidos pela ministra Flavia Arruda. “Quando o veto for derrubado, teremos mais um ponto a ser colocado à mesa de negociação. Estamos lutando para que ele seja pautado na próxima sessão”, assegurou.
PAUTA DA AGE
Outras duas pautas da AGE foram deliberadas: a primeira delas foi ajuda de custo a três policiais civis que solicitaram suporte financeiro em razão de problemas de saúde.
O sindicato já havia concedido o auxílio, devido a urgência dos casos, mas a assembleia referendou a medida.
Já a outra pauta, que se respalda no Artigo 117 do Estatuto Social do Sinpol-DF, a deliberação foi por discuti-la em outra assembleia.