A cobrança por valorização do trabalho dos policiais civis deu o tom da solenidade em homenagem ao Dia do Escrivão de Polícia e ao Dia do Agente de Polícia. A cerimônia foi realizada na última quinta, 4 de novembro, no auditório da Direção Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O evento foi promovido pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) em parceria com o gabinete do deputado distrital Claudio Abrantes (PDT-DF). Confira galeria de fotos no início deste texto!
Durante a sessão, um grupo de escrivães e agentes de polícia – entre servidores da ativa e veteranos – recebeu uma homenagem do Sinpol-DF e uma Moção de Louvor da Câmara Legislativa do DF.
A condecoração foi entregue em sinal de reconhecimento, valorização e agradecimento pelo trabalho realizado no âmbito da PCDF e na Segurança Pública da capital do país.
Além dos homenageados, dos dirigentes do sindicato e representantes das unidades especializadas da PCDF, acompanharam a solenidade os deputados Claudio Abrantes e Jorge Viana (Podemos-DF), o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo), Marcelo Portela, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
Na abertura da sessão, o presidente do Sinpol-DF, Alex Galvão, ressaltou que embora a categoria não tenha motivos para comemorar – diante da desvalorização enfrentada nos últimos anos – as datas precisam ser celebradas em sinal do reconhecimento e do orgulho que esses servidores têm em pertencer à PCDF.
“Nem sempre a instituição exerce esse papel, mas o sindicato assume esse lugar de reconhecer e valorizar os nossos policiais. É necessário ressaltar que a despeito de toda a desvalorização que enfrentamos, a produtividade na PCDF não caiu; muito pelo contrário, os índices se mantêm entre os mais altos do país”, afirmou.
Ainda de acordo com Galvão, esse comprometimento dos servidores tem sido exaltado frequentemente pelo sindicato ao buscar o Legislativo e o Executivo na luta pelos pleitos. “Neste ano de pandemia, ficamos ainda mais doentes, trabalhamos em dobro e ficou evidente que o trabalho dos policiais civis é essencial, necessário e diferenciado”, completou o presidente do Sinpol-DF. Veja mais sobre a cerimônia no vídeo abaixo!
RECONHECIMENTO
O mesmo posicionamento foi adotado pelo presidente do Sindepo, Marcelo Portela. De acordo com ele, há, sim, motivos para comemorar datas como essa, mas o reconhecimento é necessário e urgente. “É preciso que os governantes entendam que os policiais civis fazem, fizeram e vão fazer a sua parte. Com muita dedicação e união vamos conseguir chegar a esse reconhecimento”, defendeu.
“Durante essa pandemia, que nos pegou de surpresa, a PCDF não parou por um dia sequer. Os agentes e os escrivães estavam ali todos os dias. Muitos adoeceram, mas não fechamos as portas e os resultados estão aí: o crime organizado nunca se instalou em Brasília e temos a maior taxa de resolução de homicídios”, reiterou Portela que, na solenidade, também representou o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido.
Os dois deputados distritais que acompanharam a sessão também destacaram a necessidade de valorização para a categoria. Jorge Viana lembrou que, atualmente, “os policiais civis do DF formam a carreira que menos teve avanço nos últimos anos no GDF”.
“Algumas coisas devem ser consertadas na PCDF. O pensamento de que vocês ganham bem é equivocado. Só quem precisou da polícia sabe da importância de um policial. A Moção aqui entregue é a materialização do reconhecimento. Mas a gente precisa que essa materialização venha também na remuneração. Contem comigo para fortalecer essa carreira”, frisou o parlamentar.
COMEMORAÇÃO E COBRANÇA
Claudio Abrantes, que também é agente de polícia da PCDF, fez um apanhado histórico das lutas que a categoria enfrentou nos últimos anos em busca de valorização. “A polícia cresceu e tem dado respostas à sociedade, inclusive na pandemia. A polícia avançou, combateu a criminalidade e os índices melhoraram – e vem melhorando ao longo dos anos – mas, infelizmente, o reconhecimento não vem acontecendo”, criticou.
Ele lamentou a maneira como a paridade com a Polícia Federal foi conduzida no âmbito federal e reforçou que além desse pleito, a derrubada do veto à assistência à saúde precisa ganhar a adesão de toda a categoria. “Todos os dias vemos o sindicato lutando pela derrubada do veto. A diretoria tem se articulado muito, o que é tão importante quanto o embate e a categoria precisa estar junto”, ponderou o distrital.
“A PCDF sempre teve um padrão de excelência, sob qualquer circunstância. Temos os melhores que não são os melhores remunerados. A comemoração não impede a luta, mas este aqui também é um palco de manifestação e cobrança”, emendou Abrantes.
ORGULHO DA PCDF
A fim de reforçar a homenagem aos servidores dos dois cargos, a escrivã de polícia Suelen Fialho e a agente de polícia Patrícia Azeredo se juntaram à mesa de autoridades para discursar sobre a data comemorativa. Ambas receberam a homenagem do Sinpol-DF e a moção da CLDF.
Suelen se mostrou lisonjeada por ter sido destacada junto aos demais colegas na solenidade e disse, ainda, sentir-se realizada porque, todos os dias, tem a oportunidade de ajudar outras pessoas com o seu trabalho.
“Este é um dia para todos nós sentirmos orgulho do que fazemos; um sentimento que independe de situações externas. Diariamente temos a oportunidade de ajudar centenas de pessoas, inclusive durante uma pandemia – quando todos pararam e nós, não”, disse a escrivã.
Patrícia, que também é capelã na Policlínica da PCDF, também se disse orgulhosa mas salientou, reforçando o tom da solenidade, que a categoria precisa ser reconhecida e valorizada – hoje mais do que nunca.
“Nossos policiais civis estão judiados. A saúde mental do policial e da família tem sido prejudicada por causa desse sentimento generalizado de desvalorização. Não somos só uma matrícula, somos indivíduos; seres humanos. Mesmo em uma época tão difícil, os policiais civis têm dado o melhor de si. Por isso, merecemos o reconhecimento”, declarou.