Da Comunicação Sinpol-DF
Consternada, a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) lamenta a morte de Francisco Pires de Souza, policial penal lotado no Complexo Penitenciário da Papuda, no último domingo, 17, vítima da COVID-19.
Ele tinha apenas 45 anos e contraiu a doença durante o trabalho.
De acordo com nota publicada pelo Sindicato dos Policiais Penais do DF (Sindpen-DF), o servidor faleceu sem que lhe fosse garantida a dignidade a quem esteve na linha de frente no combate à COVID-19.
Francisco veio a óbito no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde estava internado desde o dia 28 de abril, ao lado de um detento que também está com a doença.
O Sindipen destacou que o servidor morreu sem que o secretário-adjunto de Assistência à Saúde do DF, Ricardo Tavares, cumprisse o acordo estabelecido com o sindicato no último dia 6.
Na ocasião, ficou determinado que seria garantido aos policiais penais, em caso de internação, espaços físicos distintos daqueles onde estejam pessoas presas, mas isso não ocorreu.
A diretoria do Sinpol lamenta profundamente a partida de Francisco e solidariza com os familiares, demais parentes, amigos e policiais penais do DF, que perderam um colega de trabalho.
MEDIDAS NA PCDF
O caso deixa ainda mais latente a preocupação do sindicato com a proliferação da COVID-19 entre os policiais civis do DF. Desde o dia 28 de fevereiro, a diretoria vem cobrando da Polícia Civil do DF (PCDF) a adoção de medidas que protejam os policiais civis do DF do novo coronavírus.
A principal delas é a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Embora algumas ações tenham sido executadas pela PCDF, são recorrentes as queixas dos policiais civis sobre a falta de máscaras de proteção e luvas – este último item, em várias unidades, foi entregue no tamanho P, prejudicando aqueles que usam tamanho M ou G.
A Divisão de Captura e Custódia de Presos (DCCP), assim como o Complexo da Papuda, é um ponto extremamente sensível entre as unidades da PCDF, uma vez que aglomera, em um pequeno espaço físico, uma grande quantidade de pessoas, sejam os agentes policiais de custódia (cerca de 140 servidores) e presos, que podem chegar a 200 em uma semana.
Apenas lá, seis policiais civis foram diagnosticados com coronavírus até a última sexta, 15. Um dos servidores encontra-se em estado grave, internado no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).
O Sinpol-DF, recentemente, distribuiu máscaras reutilizáveis e álcool em gel, mas tem cobrado e reiterado a necessidade de a instituição tomar a frente dessas ações.