Da Comunicação Sinpol-DF
Centenas de policiais civis se reuniram em assembleia nesta quinta, 10, para deliberar, sobretudo, acerca dos rumos para o movimento em prol da recomposição das perdas salariais. Por unanimidade, a categoria aprovou a realização de uma nova Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na próxima terça, 15, desta vez, em frente ao Palácio do Buriti.
Na oportunidade, os policiais farão uma grande manifestação para cobrar do Governo do Distrito Federal (GDF) que a proposta orçamentária da Polícia Civil do DF (PCDF) para 2018 não passe por cortes, como ocorreu nos últimos anos durante a gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Durante a assembleia desta quinta, os diretores do Sinpol-DF fizeram um apanhado das ações mais recentes nos eixos jurídico e político, tanto em nível distrital como nacional, inclusive entregando um resumo impresso a todos os presentes. Apresentadas as dificuldades que têm limitado o avanço do pleito nesses campos, os diretores do Sindicato sugeriram que o eixo de mobilização fosse intensificado.
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Para isso, a entidade conclama toda a categoria a estimular a participação dos demais policiais nos próximos atos. “O governo tem sido resistente, mas nós precisamos perseverar. Nós precisamos continuar lutando até o fim desse governo, demonstrando a nossa insatisfação de todas as formas”, anunciou, ainda no início do AGE, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”.
“Já que o GDF não responde aos nossos ofícios, não responde aos nossos apelos, nem aos deputados que pedem as agendas, nós temos que ir para a rua e mostrar a nossa indignação. Mas, para isso, nós precisamos da categoria ombreada conosco até que venha a vitória”, ponderou Gaúcho.
O mesmo posicionamento foi colocado pelo deputado distrital Claudio Abrantes (PT), que também esteve presente na assembleia. “Não é segredo para ninguém que nós passamos o momento mais difícil da nossa história, onde um governador mentiroso insiste em enganar, em ludibriar e criar artifícios para não conceder essa paridade que além de justa é legal”.
Segundo o deputado, ainda que a falta de horizontes possa ser um grande desestímulo, “não se pode deixar que o governador continue nessa situação cômoda”. “Tudo que o governador quer é uma polícia enfraquecida, desmotivada. Mas nós temos que trabalhar pelo incentivo, pela vontade de termos uma polícia valorizada”, acrescentou Abrantes.
“Hoje a cidade está passando pelo que está porque vocês não são prestigiados”, ressaltou, por sua vez, a deputada distrital Liliane Roriz (PTB). “E as estatísticas estão aí. Não precisar fazer maquiagem nos dados, é só ver nas ruas, nos noticiários todos os dias”, criticou, acrescentando que “com a polícia prestigiada, a cidade fica tranquila e o povo se sente seguro”.
“O governo não tem reconhecido todo o trabalho que os policiais civis, mesmo com o efetivo reduzido, têm desenvolvido nessa cidade”, reverberou o vice-presidente do Sinpol-DF, Paulo Roberto. “Nós precisamos retomar a nossa luta. Não podemos ficar parados e inertes diante de tantas notícias ruins. Este é o momento de nos unirmos, pois o objetivo é um só: lutar pela nossa paridade”, destacou.
PAUTA
Além da assembleia e manifestação programadas para próxima semana, os policiais presentes também deliberam sobre a filiação do Sindicato a outras entidades representativas – a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) e a Federação Regional de Policiais Civis (Ferpol).
O diretor jurídico do Sinpol-DF, Fernando Ferreira, ressaltou a importância da iniciativa, como medida de fortalecer a representatividade do sindicato em nível nacional, abrindo portas, sobretudo, junto aos parlamentares e órgãos da União.
“A Cobrapol já entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo para o Sindicato porque nós não temos legitimidade para isso”, lembrou Fernando, observando que, na época, o Sinpol-DF não era filiado à Confederação. Para o diretor, a não-filiação na entidade pode significar um retrocesso, sobretudo porque “hoje, nós temos outras três ações importantes para dar entrada no Supremo Tribunal Federal”.
A filiação à Ferpol, por sua vez, foi justificada como forma de dar voz aos policiais civis do DF em discussões macro, a exemplo de reuniões temáticas a respeito da Reforma da Previdência que são abertas somente às federações. Recém formada, a entidade representa, atualmente, os sindicatos de policiais civis de estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, e Rio de Janeiro.
Aberta a palavra aos policiais civis, foram apresentados contrapontos à filiação neste momento de luta. Especialmente quanto à federação, foi pontuado que a entidade ainda é desconhecida por grande parte da categoria e sugerido que ela fosse melhor apresentada aos representantes sindicais – responsáveis por, em seguida, levar as informações à base.
Colocada em votação, a filiação à Cobrapol foi aprovada pela maioria. Já o ingresso na Ferpol não foi acatado neste momento e será melhor discutido, conforme sugestão da base.