Da Comunicação Sinpol-DF
Na manhã da última quinta, 30, o grupo do “Sinpol em Casa” visitou o policial civil aposentado Custódio Honório da Silva. Mesmo fora da Polícia há 26 anos, ele deu uma verdadeira aula de história sobre as diversas fases da instituição entre os anos 60 e 90 – lembrando com precisão nomes e datas.
Além de Robson Lima e Madalena Reis, que, na atual diretoria do Sinpol-DF, estão à frente dos projetos voltados aos aposentados, também acompanharam a iniciativa José Carlos Saraiva e Sueli do Monte. A partir de 1ª de maio, eles tocarão a pasta como novos integrantes da Diretoria Executiva do sindicato.
A papiloscopista aposentada Ritta Paim, presença cativa nas visitas, também participou.
TRAJETÓRIA
Nascido em Governador Valadares, em Minas Gerais, Custódio veio para Brasília aos 18 anos, acompanhado do irmão e outros amigos. Na época, ele serviu ao Exército e morava na Cidade Livre, que deu origem ao Núcleo Bandeirante.
Pouco tempo depois, o irmão voltou para Minas e ele ficou só. O sentimento de vitória, no entanto, substituiu a solidão, quando, logo em seguida, foi nomeado para a recém-criada Guarda de Vigilância. Ele foi da primeira turma de servidores de segurança a fazer concurso, diferente da já existente Guarda Especial de Brasília (GEB).
Custódio relatou que em 1965 as duas guardas foram unificadas. Em seguida, com a vinda da Polícia Militar, foi encerrado o trabalho ostensivo e eles passaram a atuar com o foco na investigação.
Na época, não existiam no DF as polícias Civil e Federal e, quando foram criadas, os servidores tiveram a opção de escolher para qual das instituições iria. É essa origem unificada uma das justificativas para a isonomia entre as duas carreiras.
Custódio Honório escolheu a Polícia Civil do DF para evitar a possibilidade de ser lotado em fronteira. Ao todo, foram 30 anos de trabalho na instituição.
Durante a maior parte da vida profissional, ele atuou no Grupamento de Operações Especiais (GOE) – equivalente à atual Divisão de Operações Especiais (DOE). Sobre a unidade, Custódio contou que, em sua época, ela contava com cerca de 50 servidores – situação muito diferente da atual, apesar do grande crescimento populacional das últimas décadas.
Quando se aposentou, trabalhava na 4ª Delegacia de Polícia (DP), no Guará II, onde vive até hoje.
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FAMÍLIA
No primeiro casamento, o aposentado teve dois filhos e uma enteada. Ele contou ainda sobre o cuidado e as dificuldades que passaram depois que a esposa sofreu um AVC e a saúde foi se deteriorando ao longo de cinco anos, até que, em 88, ficou viúvo.
Na igreja, conheceu a atual esposa, Waldenícia, com quem teve outros dois filhos. Hoje, já tem até um bisneto, mas não se limita por conta da idade. Ele conta que, além de vários estados brasileiros, já viajou também para países como Grécia e Egito. Somente para o Israel, foi duas vezes.
Thiago, um dos filhos de Custódio, também participou da visita e contou aos presentes do sonho de ser policial. Há alguns anos, ele vem se preparando para concurso e pretende participar do próximo concurso para os cargos de escrivão e agente polícia. “Ele tem a Polícia no sangue”, afirmou o pai orgulhoso.
Robson, diretor do Sinpol-DF, por sua vez, lembrou que a carreira de policial civil tem perdido as características que a tornavam atrativa, mas ressaltou que, para quem é vocacionado, ela tem um valor inestimável. “É um trabalho que a gente gosta e que nos prende para sempre”.
HOMENAGEM
Ouvindo sobre o trabalho desenvolvido por Custódio, Madalena ressaltou o quanto esses profissionais foram importantes para o crescimento da instituição. “O fato de o crime organizado nunca ter se firmado aqui vem também dessa raiz boa, desse berço exemplar. A gente foi sempre bem guardado”, elogiou.
“Foi muito bom estar aqui e ouvir tanto sobre a história da Polícia”, ressaltou José Carlos Saraiva, futuro diretor de Assuntos de Aposentados e Pensionistas, enquanto entregava o certificado de homenagem pelos serviços prestados à sociedade com o trabalho na PCDF.
Custódio também recebeu um botton do Sinpol-DF, entregue por Sueli, que se emocionou. “O que somos hoje, nós devemos muito a pessoas que desenvolveram um trabalho tão importante como seu”, reconheceu.
“Eu fiquei muito grato por ser lembrado e ter vivido esse momento especial. Eu agradeço de todo o coração por essa visita, e espero que o projeto continue sendo abençoado, assim como os próximos policiais visitados”, concluiu Custódio em um momento de oração.