21.03.17 - Mobilização do Sinpol-DF na CLDF

Da Comunicação Sinpol-DF

Convocados pelo Sinpol-DF, os policiais civis voltaram a lotar a galeria do plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta terça, 21, dando mais uma demonstração da unicidade em prol da isonomia.

Graças a essa mobilização, a pauta de votação da CLDF continua obstruída. Nesta terça, a sessão foi encerrada por volta das 16h30, cerca de uma hora depois de aberta.

A decisão dos deputados distritais deve se manter até que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) avance nas negociações com o Sinpol-DF e demais entidades representativas dos cargos.

Na abertura da sessão, o deputado distrital e policial civil do DF Wellington Luiz (PMDB), que é vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara Legislativa, voltou a criticar o governador pela postura dele com a categoria.

Segundo ele, toda a Mesa Diretora tentou encaminhar uma solução para o impasse na última segunda, 20, sem sucesso – ainda por cima, os deputados foram avisados de que não serão convidados a participar de uma próxima reunião sobre o assunto.

“O governador está de birra porque não quer que os parlamentares acompanhem a reunião. Ele precisa agir como chefe de estado, cumprir os acordos. Tenho certeza que esta casa não vai desonrar o compromisso com os policiais civis. Todo mundo sabe o que o governo está fazendo. Ele está tentando humilhar esta casa”, criticou Wellington.

Leia Mais

NOVA REUNIÃO

Em seguida, foi a vez do deputado Agaciel Maia (PR) se posicionar a favor dos policiais civis. Mesmo sendo da base governista, o distrital disse não entender “porque ele [o governador] não enviou a mensagem”.

“Acho que temos que tirar o aspecto raivoso e fazer uma construção inteligente. O governo precisa de uma Polícia Civil organizada, competente e capacitada. Que seja dada essa equiparação”, acrescentou Maia. Ele também sugeriu que fosse feito um estudo comparativo dos últimos anos, mostrando a real situação da PCDF em números, para sensibilizar o governo.

Entre um discurso e outro, o GDF, por meio do secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, enviou comunicado agendando a reunião com o Sinpol-DF e demais entidades para esta quarta, 22, às 18h30, no palácio do Buriti.

Embora sinalize para o diálogo, a manifestação do governo ainda não convenceu, pois a categoria busca um avanço concreto nas negociações com a apresentação da proposta com a isonomia e envio da mensagem ao governo federal.

OBSTRUÇÃO

“É bom que fique claro: essa reunião poderia ter sido marcada hoje ou amanhã de manhã. Por isso, continuo em obstrução. Vamos dar um voto de confiança, esperamos que nessa reunião o governo encaminhe a proposta. O importante é que se encontre a solução. Da minha parte, vou continuar em obstrução até a mensagem ser encaminhada”, reiterou Wellington Luiz, no que foi acompanhado pelo também policial civil e deputado distrital Cláudio Abrantes (Rede).

“Não há uma categoria que tenha sido tão massacrada como a PCDF. A PCDF apenas luta pelo que é seu de direito. É uma questão de justiça, de moralidade. Como não reconhecer o valor de uma Polícia que é a melhor do país? Nesta tarde, a CLDF ao assumir um papel de obstrução, faz um reconhecimento dessa qualidade. Quero deixar claro que a reunião é uma notícia boa. Mas nós estamos mantendo o compromisso na obstrução até que haja um avanço. Não há outra posição. Por mais que respeite os segmentos do governo há, antes de tudo, o respeito a esses trabalhadores”, afirmou Cláudio.

O líder do GDF na CLDF, Rodrigo Delmasso (Podemos), foi outro parlamentar que cobrou uma solução para o impasse entre o governo e os policiais civis.

“Na minha avaliação, sem desmerecer as demais, a PCDF foi injustiçada nos últimos anos. Não teve reajuste e é, hoje, a melhor polícia do país. Não podemos perder essa condição. A paridade deve ser respeitada, porque é um direito e uma conquista. Acredito e defendo que haja uma proposta. Se dependesse deste Plenário, esse projeto de lei teria a unanimidade de votos. E se dependesse desta Casa, essa proposta já teria sido construída”, frisou Delmasso.

Chico Vigilante (PT) também cobrou o envio da mensagem. Ele lembrou que à época do governador Agnelo Queiroz, o governo federal barrou uma proposta salarial enviada pelo GDF porque não havia nada proposto aos policiais federais. “Acordo é acordo! Quem tem descumprido não são os policiais. Intolerantes não são os policiais. Desde que a Polícia Civil existe, há a isonomia”, afirmou.

O Sinpol-DF mantém a convocação para a mobilização da categoria na CLDF nesta quarta, 22, e na quinta, 23, sempre às 14h30.

Filiação