Da Comunicação Sinpol-DF
Em mais uma reunião com dirigentes do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) e do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo) para tratar da manutenção da isonomia com a Polícia Federal (PF), o Governo do DF (GDF) não apresentou qualquer proposta.
No encontro, que ocorreu na manhã desta segunda, 15, no Palácio do Buriti, os secretários da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e da Fazenda, João Antônio Fleury, voltaram a repetir a alegação da falta de recursos. Eles sequer sustentaram a proposta apresentada há duas semanas, quando as entidades a recusaram.
Também participaram a secretária de Planejamento do GDF, Leane Lemos, a procuradora-geral do DF, Paola Aires, o subsecretário de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor, Márcio Gimene e o diretor geral da PCDF, Eric Seba.
O resultado é encarado como frustrante pelos dirigentes do Sinpol-DF, que aguardavam um posicionamento mais contundente do governo acerca da recomposição salarial da categoria, que amarga perdas inflacionárias de quase 50%.
“O governo insiste em nos empurrar para uma situação de colapso. Desde o começo estamos abertos ao diálogo, mas vocês nos colocam em sentido contrário”, criticou o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”.
RECURSOS
Sérgio Sampaio insistiu em dizer que o governo “defende o pleito e a isonomia” e sugeriu que as entidades se unam ao governo para estudarem, juntos, medidas que levem o governo a aumentar a arrecadação e, assim, obter recursos para custear o reajuste da categoria.
O argumento foi prontamente rebatido por Gaúcho. Ele informou que só no próximo ano, o Fundo Constitucional vai aumentar em cerca de R$ 780 milhões. O montante é suficiente para absorver o impacto de um reajuste aos policiais civis dentro do que o governo federal acertou com a PF.
“Nossa recomposição é baseada no Fundo Constitucional, que é a única fonte de recursos para a Segurança Pública. Para nós, essa crise é utilizada pelo governo para captar mais recursos”, acrescentou o presidente do Sinpol-DF.
DIÁLOGO
O secretário Geral do Sinpol-DF, Paulo Sousa, afirmou que é preciso que o GDF enxergue a realidade dos policiais civis. “Esse posicionamento do governo é inconcebível. Mesmo com a isonomia, nossa defasagem, em 2019, será a mesma de hoje”, projetou.
Para o diretor de Relações Sindicais adjunto, Fernando Ferreira, não há motivos para que o GDF não concretize uma proposta. “Estamos sendo massacrados nesses sete anos. É preciso que o governo resolva esse problema”, acrescentou.
A postura do governo também foi rechaçada pelos demais representantes das duas entidades, incluindo o deputado distrital Cláudio Abrantes (Rede), que também é policial civil. “Em todas as reuniões que tivemos até hoje, colocamos a questão da paridade. Entendemos o cenário financeiro, mas precisamos de uma proposta. O policial civil é compromissado, mas o Estado não olha para ele. Precisamos, urgentemente, de um sinal”, lamentou.
O presidente do Sindepo, Benito Tiezzi, fez coro ao posicionamento do parlamentar. “Ficamos aguardando a paridade enquanto outras carreiras eram reestruturadas. Agora em que chega o momento de ela ser posta, o governo nos cerceia. Nós nunca vimos isso na história da Polícia Civil. De todos os níveis de estímulo que a categoria tem, hoje estamos no menor, perto do colapso”, assegurou.
ENTREGA DOS CARGOS
A reunião ocorreu às vésperas da assembleia convocada pelo Sinpol-DF, marcada para esta terça, 16, às 14h, no Complexo da PCDF. Nesse cenário, é inevitável que a mobilização da categoria assuma um viés mais radical.
A entrega dos cargos de chefia – cerca de mil, considerando os dos policiais civis e dos delegados, além da cúpula da PCDF – será o grande marco para demonstrar a insatisfação dos policiais civis.
“A Polícia Civil vai ficar insustentável. A categoria está disposta a lutar pelo que é justo; por um ideal. Os policiais civis acreditaram no governador, mas agora ele fechou as portas para as negociações. O que vemos é uma injustiça com mais de 9 mil famílias. Nunca tivemos uma situação como essa. Chegamos ao nosso limite”, afirmou o presidente do Sinpol-DF.
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