(Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)
Categoria deliberou também por baixa das viaturas com problemas (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

Da Comunicação Sinpol-DF

Na tarde de quinta, 18, os policiais civis do Distrito Federal, mais uma vez, voltaram à Praça do Buriti, onde realizaram uma nova Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Os cerca de quatro mil servidores presentes, além de decidirem pela continuidade da operação PCDF Legal, votaram uma série de medidas para intensificar o movimento.

As sugestões apresentadas durante a assembleia foram discutidas na quarta, 17, durante reunião da diretoria do Sinpol-DF com os representantes sindicais. Além de garantir que os profissionais realizem apenas tarefas que coincidam com suas atribuições legais, as novas medidas servem para orientar o trabalho nas diversas unidades da instituição, após a entrega das chefias.

Confira aqui a lista completas de itens deliberados.

Veja aqui a cartilha da Operação PCDF Legal

Gaúcho reiterou aos policiais civis a importância de todos se manterem engajados
Gaúcho reiterou aos policiais civis a importância de todos se manterem engajados

Entre os itens que devem ser adotados pelos policiais nessa fase da operação, estão os flagrantes de Maria da Penha, que devem ser lavrados apenas após o laudo de confirmação do IML.

Adequando o serviço à obrigação legal, o recolhimento de corpos por morte natural será realizado apenas pela Secretaria da Saúde. Além disso, os cursos de progressão e complemento à capacitação devem ser realizados somente no horário normal de trabalho, uma vez que os policiais não recebem hora extra.

“Nosso movimento está se tornando mais maduro e nós temos que nos manifestar para mostrar que somos importantes para a Polícia Civil e para o Distrito Federal”, discursou o presidente do Sindicato, Rodrigo Franco “Gaúcho”, durante a AGE. “Essa luta é em benefício de toda a categoria. Por isso, é tempo de permanecermos completamente engajados”, conclamou.

CHEFIAS

Assembleia no Buriti - Paulo Cabral (29)
Diretoria trouxe relato sobre reunião no MPDFT

Outra questão deliberada pela categoria foi o envio de uma notificação ao GDF, nesta sexta, 19, para que sejam publicadas no Diário Oficial os pedidos de exoneração de cargos entregues em assembleia realizada na terça, 15, no Complexo da PCDF.

Além dos cargos que compõem a carreira de Policial Civil do DF, os delegados, representados pelo Sindepo, também entregaram as chefias. O movimento é uma resposta à recusa do governo Rodrigo Rollemberg em enviar a mensagem garantindo à PCDF a isonomia do reajuste proposto à Polícia Federal (PF).

“Nós abrimos mão das chefias em troca de nossa dignidade. Temos sido humilhados pelo Governo, mas continuaremos lutando por uma polícia melhor valorizada e que atenda de forma eficaz a população”, afirmou Gaúcho, pontuando ainda que a categoria, que já amarga cerca de 50% de perdas inflacionárias, não pode continuar sendo negligenciada.

Leonardo Bessa
Leonardo Bessa alertou para a situação de colapso que pode, segundo ele, gerar uma intervenção federal

APOIO

Durante a assembleia, os diretores do Sinpol-DF relataram também sobre a reunião que ocorreu na manhã de quinta no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com o Procurador Geral de Justiça, Leonardo Bessa, a promotora Carina Castro, coordenadora do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), e os promotores Marcelo Oliveira e Rosinete Lima.

O MPDFT afirmou que, uma vez que a população e os Policiais Civis estão sendo prejudicados, é preciso que o GDF avance nas tratativas, e que os procuradores buscarão uma solução político institucional para o pleito. Ficou estabelecido ainda que seria requerido ao judiciário, na própria quinta, 18, a realização urgente de uma audiência que busque a conciliação entre GDF e os Policiais Civis.

Foi proposta e aprovada na assembleia também a formação de uma comissão entre as entidades participantes do movimento para buscar apoio da bancada federal para emendas em investimento para a PCDF. O grupo intensificará ainda a busca por apoio dos deputados distritais, OAB, TCDFT, e do próprio Ministério Público.

Quatro mil policiais civis participaram da assembleia
Quatro mil policiais civis participaram da assembleia

Discursando em prol da manifestação dos policiais civis, o deputado Laerte Bessa (PR-DF) falou da importância de alertar o governo para a situação de colapso na segurança pública, que pode, inclusive, gerar uma intervenção federal.

“Temos que falar a mesma língua, esse governo não vai aguentar a pressão. Vamos manter esse posicionamento”, ressaltou o parlamentar.

AÇÕES

Com o intuito de não perder a força de mobilização da categoria, foram propostos atos adicionais para os próximos dias. Um acampamento deve ser montado na Praça do Buriti, onde os policiais civis se revezarão para cobrar o envio da mensagem pelo governador. A agenda do chefe do executivo também deve ser acompanhada pelos policiais.

Na segunda-feira, 22, às 14h, as viaturas danificadas da Polícia Civil, caracterizadas ou não, serão entregues em ato simbólico que partirá do TCDF até a Diretoria de Trânsito da PCDF. Para a mesma semana está marcada a próxima Assembleia Geral Extraordinária, que deve acontecer na quinta-feira, 24.

“O movimento está no caminho certo; estamos mobilizados e agindo na legalidade e de acordo com as condições impostas pelo GDF. Essa luta é difícil, mas nós vamos permanecer nela”, manifestou Paulo Sousa, secretário geral do Sinpol-DF.

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