Menina de 1 ano e 5 meses pulou em córrego com suposto desvio de curso.
Garota foi levada ao hospital e passa bem; ‘foi aviso de Deus’, diz policial.

Chamado para atender uma denúncia de desvio em um córrego da área rural de São Sebastião, no Distrito Federal, um policial da Delegacia de Meio Ambiente (Dema) salvou uma criança que havia acabado de se afogar na tarde desta quarta-feira (11). A menina, de 1 ano e 5 meses, foi levada para o Hospital Regional do Paranoá e passa bem.

O policial civil Marco Rodrigues Souza afirma que inspecionava o local na companhia de outra agente da Dema quando a mãe da criança chegou desesperada com ela no colo.

“A mãe nos contou que a filha deve ter pulado um muro baixo da casa que dava acesso ao laguinho, quando se afogou. A mãe procurou a filha pela chácara e não encontrou. Foi quando olhou para a água e viu a menina. Saiu correndo, gritando e pedindo ajuda junto com um pessoal que estava na casa. A menina estava desmaiada no colo da mãe. Sorte que estavamos por lá.”

Os policiais conversavam com o pai da criança e o proprietário da chácara no momento em que a mulher chegou. Souza diz que a primeira reação que teve foi abraçar a menina e apertar a região do estômago.

“Virei a menina de cabeça para baixo e fiz massagem nas costas dela, foi quando ela começou a voltar e chorou, mas bem fraquinho. Quando olhei para a boca dela, estava cheia de alimentos e secreção. Não tive dúvidas, coloquei o dedo para que ela vomitasse, o que aliviou ainda mais a menina.”

Souza afirma que ela e a outra agente colocaram a vítima no carro da polícia e foram em direção à estrada. Eles avistaram uma ambulância do Samu no caminho, que se encarregou de prestar atendimento e encaminhar a menina para o hospital.

O final da história foi feliz, mas poderia não ter sido. Segundo o policial, eles já estavam desistindo do caso porque não encontravam o local. No meio do caminho, os agentes encontraram duas mulheres, uma delas a avó da criança que se afogou. “Elas entraram na viatura e nos conduziram até o local. Parece até que era um aviso de Deus.”

A investigação da denúncia do Ministério Público sobre o desvio no córrego não foi concluída. “Na correria dos acontecimentos, eu e minha parceira acabamos esquecendo nossos papeis lá. Tenho até que voltar para buscar. Não chegamos nem a fazer a perícia. Foi tudo tão rápido. Só pensava em salvar a menina. Queremos até levar um presentinho para ela depois. Uma vida é maior que tudo.”

‘Foi rápido’
Mãe da criança, a sona de casa Micaely Almeida afirmou ao G1 que a cena foi a mais desesperadora da vida e que ela pensou que filha iria morrer. “Ela estava brincando com meu sobrinho de dois anos na varada, como sempre fazem. Tudo aconteceu muito rápido, foi o tempo de eu ir no banheiro encher a banheira dela. Quando voltei ele estava chorando perto da água chamando por ela.”

Micaely diz que tentou prestar os primeiros socorros, mas não conseguiu. ”Quando vi que ela estava na água, puxei ela e vi que estava roxinha e desmaiada. Foi desesperador, achei que ela iria morrer. Comecei a tentar sugar a boquinha dela, mas ela não voltava. Sai correndo com ela nos braços e pedi ajuda ao policial. O Marco me pediu calma, começou a fazer a massagem e ela foi voltando.”

Um espaço onde a água do córrego é represada foi fechado nesta quinta-feira, para evitar novos acidentes. Segundo a mãe, depois que a filha retomou a consciência, eles seguiram imediatamente ao centro médico. “Fomos com tanta pressa para o hospital que fui até descaça. Chegando lá, eles correram com ela e fizeram lavagem no estômago. Ela ficou em observação e liberaram ela hoje de manhã. Os médicos pediram para que eu acompanhasse a temperatura dela em casa. Ela passa bem, graças a Deus.”

Fonte: G1/Brasília

Filiação