A diretoria do Sinpol-DF e os representantes sindicais reuniram-se mais uma vez nesta segunda, 23, para discutir as ações desenvolvidas pelo sindicato nas últimas semanas, além de ouvir as demandas e sugestões dos policiais civis.
O primeiro ponto refere-se à cessão de 115 agentes policiais de custódia à Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe). Embora o sindicato tenha mantido a posição de não concordar com a transferência, o acordo foi costurado entre a Direção-Geral da Polícia Civil do DF (PCDF) e a Sesipe.
“Temos quatro mil cargos vagos. Não há por que a PCDF ceder mão de obra que poderia ser utilizada na própria polícia. Vamos lutar com todas as ferramentas que tivermos para impedir isso”, explicou Rodrigo Franco, o Gaúcho, presidente do Sinpol-DF.
Embora já haja uma primeira decisão favorável à transferência, o Sindicato já acionou o escritório de advocacia que presta assessoria jurídica para ingressar com um recurso. “Essa cessão prejudicará a todos. Os agentes policiais de custódia já estão sobrecarregados. A lei que renomeia o cargo já diz que eles são da PCDF; ela precisa ser cumprida”, reforça Gaúcho.
Para discutir as medidas a serem adotadas, o Sinpol-DF convocará uma assembleia para esta sexta, 27, em horário e local a serem confirmados.
“Esse é um assunto que interessa a todos os policiais, pois se houver a transferência, é possível que queiram tirar agentes de polícia das delegacias e levá-los à carceragem. O que já está ruim, tende a piorar”, prenuncia o presidente do sindicato.
OPERAÇÃO VIDA
Gaúcho, que na reunião estava acompanhado pelo diretor de Relações Sindicais adjunto, Fernando Ferreira, e pela primeira Secretária, Celma Lima, discutiu, ainda, a reunião com os plantonistas ocorrida na última sexta, 20.
Ele lembrou das duas fases da Operação Vida, deflagrada pela categoria nos meses passados, e ressaltou a necessidade de deliberação por uma terceira fase – esse também é um dos pontos da pauta da assembleia de quarta.
“A situação tem se agravado. Já enviamos, sistematicamente, ofícios à Direção da PCDF, mas ficamos sem resposta. Vamos ajuizar uma ação para receber um posicionamento oficial”, anunciou Gaúcho.
Ele acrescentou que já assinou dois ofícios que foram encaminhados hoje, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Organização Internacional do Trabalho (OIT), denunciando a situação das más condições de trabalho na PCDF.
Alguns representantes que participaram da reunião informaram que há delegacias sem policiais no expediente, pois todos estão no plantão. Isso demonstra a gravidade do déficit do efetivo no trabalho realizado pelos policiais. “A solução é nomear mais policiais”, lembrou o presidente do Sinpol-DF.
NEGOCIAÇÕES SALARIAIS
Ainda durante a reunião, os representantes foram inteirados sobre o andamento das negociações salariais entre a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e do prosseguimento das tratativas entre o Sinpol-DF e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), informando ainda que há uma reunião agendada para a próxima sexta-feira, 27, onde serão discutidas as propostas para a categoria.
A diretoria trouxe informações sobre a conclusão do Grupo de Trabalho (GT) para a redefinição das atribuições, cujas atividades serão concluídas nesta terça, 24, e sobre o GT que tratará do concurso de remoções, que se iniciará na próxima quinta-feira, 26 de novembro.
Também nesta terça,24, haverá, na Câmara Legislativa do DF (CLDF), uma sessão na Comissão de Orçamento onde o deputado Wasny de Roure (PT), relator da área de Segurança Pública, que atendendo a uma solicitação do Sinpol-DF, sugerirá o remanejamento de recursos dentro do orçamento da PCDF para 2016 a fim de possibilitar uma oportunidade de negociação salarial entre a categoria e o Governo de Brasília.
Os representantes foram instruídos a convocar os policiais a acompanhar a sessão, a partir das 10h, a fim de convencer os deputados a aprovar o relatório.
JUNTOS SOMOS FORTES!