A greve dos policiais civis do Distrito Federal, iniciada há 15 dias, continua vigente. A decisão foi tomada em assembleia na tarde desta terça, 15, em frente ao Complexo da Polícia Civil DF (PCDF). O ato reuniu cerca de 2.500 policiais.
Em mais um ato de intensificação da greve, a categoria decidiu que as viaturas descaracterizadas que apresentarem defeitos ou problemas – extintor fora da validade e pneus carecas, por exemplo – serão devolvidas à Divisão de Transportes da PCDF.
Leia mais: Diretoria faz avaliação e discute estratégias para a greve
A medida se junta às demais restrições já votadas em ocasiões anteriores. Também foi convocada uma nova assembleia para sexta, 18, às 14h30, na Praça do Buriti, a fim de discutir algum avanço – caso ele ocorra – ou intensificar ainda mais o movimento.
Antes, na quinta, 17, a diretoria do sindicato reunirá os chefes de seção para discutir a possível entrega dos cargos. Outra deliberação é que o Sinpol-DF insista na interlocução com deputados distritais e federais na busca pelo destravamento das negociações com o GDF.
Não houve deliberações no sentido de alterar a Cartilha de Greve.
O Sinpol-DF também aguarda um posicionamento oficial do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo) sobre uma possível adesão à greve dos policiais civis.
Veja vídeo da TV Sinpol-DF
Assista também: isonomia foi promessa de campanha do governador
SEM DIÁLOGO
“A única coisa que o Governo e a direção da Polícia Civil manifestaram até agora foi boa vontade. Mas boa vontade nós também temos. Sem atitudes práticas, não há como mudar a nossa postura”, assegura o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho.
Antes da assembleia, Gaúcho, os vice-presidentes Renato Rincon e Marcele Alcântara, o secretário Geral Paulo Sousa, a diretora de Esportes e Cultura, Yáskara Cordeiro, e o conselheiro Fiscal Washington Lima atenderam ao convite do diretor-geral da PCDF, Eric Seba, para uma reunião.
Seba informou que o governador Rodrigo Rollemberg só receberá a diretoria do Sinpol-DF mediante o fim da greve. “Estamos em greve há 15 dias e o governo continua virando as costas. Há cinco meses estamos tentando uma agenda e o governador nunca nos recebeu. Agora, vem pedir o fim da greve. Não vamos recuar”, acrescenta Gaúcho.
O presidente do Sinpol-DF reiterou a importância de a categoria permanecer unida. “Mostrar fraqueza é tudo o que o governo quer. Vamos permanecer unidos”, acrescenta Gaúcho.
Renato Rincon, primeiro vice-presidente do sindicato, também lamentou a posição do governo. “Nada evoluiu. Por isso, é importante, nesse momento, não retroceder. Se voltarmos atrás, vamos estar decretando o óbito da carreira de policial civil do Distrito Federal. Nossa luta vai além da reestruturação salarial: é uma luta pelo nosso futuro”, afirma.
DESAGRAVO
Ao fim da assembleia, os policiais saíram em cortejo até o prédio onde funciona a Diretoria-Geral da PCDF. Lá, eles entoaram, em coro, o Hino do Policial Civil. O ato, serviu para reforçar a necessidade de a categoria permanecer unida.
As duas manifestações respondem à atitude da Direção-Geral da PCDF, que indicou um delegado para, junto a um oficial de Justiça, entregar a notificação de ilegalidade da greve deflagrada pelo Sinpol-DF na semana passada.
Essa atitude surpreendeu a categoria. “Ninguém pode jogar contra a categoria enquanto faz parte dela. Não estamos a favor de diretor A ou B, estamos em favor de todos os policiais civis. Não podemos aceitar que isso ocorra novamente”, diz Gaúcho.
JUNTOS SOMOS FORTES!