O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) discutiu nesta segunda, 14, as estratégias e ações a serem adotadas dentro do movimento grevista iniciado há duas semanas.
O encontro reuniu diretores do Sinpol-DF, os representantes sindicais e chefes de seção das unidades da Polícia Civil do DF (PCDF). A intenção foi a de ouvir as sugestões da base para apresentar uma proposta à categoria na assembleia convocada para esta terça, 15, às 14h30, na entrada do Complexo da PCDF.
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Na abertura da reunião, o presidente do sindicato, Rodrigo Franco, o Gaúcho, fez uma breve avaliação da greve. Ele criticou a postura do Governo do Distrito Federal (GDF) em colocar a Direção da PCDF contra a categoria no episódio da entrega da notificação judicial que considera a greve ilegal.
“Não entendemos porque não há diálogo ou o porquê de as negociações não avançarem. Algumas das nossas reivindicações não têm impacto financeiro, mas, ainda assim, o governador se recusa a nos receber”, explica Gaúcho.
Para ele, porém, aquela atitude do GDF teve efeito positivo por reforçar o principal ponto forte do movimento: a união dos policiais civis. “Nós despertamos um sentimento que há muito estava enfraquecido. Estamos coesos, unidos com o mesmo propósito. Esse é o principal ponto forte do momento que vivemos”, avalia Gaúcho.
COESÃO
Um exemplo dessa coesão entre os colegas com as propostas do sindicato está na 8ª Delegacia de Polícia, situada no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), conforme relato do agente Saraiva.
Segundo ele, os policiais plantonistas foram acionados pelo delegado da 1ª DP, onde funciona uma Central de Flagrantes (Ceflag), para preservar o local de um crime ocorrido na madrugada do último sábado, 12, naquela região. A equipe se recusou, de pronto, por dois motivos: havia apenas três agentes e, além disso, para essa atividade é necessário, conforme prevê o regimento interno da PCDF, a presença de uma autoridade policial.
“O delegado de plantão da 1ª DP se recusou porque alegou ter muitos flagrantes para lavrar e disse para irmos sozinhos. Houve uma discussão, pois nós também dissemos que não iríamos, até que o delegado-adjunto da nossa unidade foi acionado. Ele saiu conosco para o local, onde permaneceu até às 5h da manhã de domingo”, lembra o agente Saraiva.
Na reunião, o consenso é o de que esse é um sinal do nível de conscientização da categoria em relação à precariedade do trabalho na Polícia Civil, algo que só vem se intensificando.
Por isso, é preciso que os policiais continuem alinhados às reivindicações, para demarcarem o espaço que possuem na PCDF.
ESTRATÉGIAS
As discussões referentes à greve seguiram em duas frentes: a manutenção da greve, enquanto o Sinpol-DF recorre da decisão que a considera ilegal, ou a suspensão dela e, automaticamente, dar início a uma “Operação Legalidade” – cuja proposta será construída pelos próprios policiais civis.
A decisão por uma ou ambas, contudo, será tomada pela categoria. Foi disponibilizado um e-mail para receber sugestões na elaboração do documento:revista@sinpoldf.com.br.
“Até amanhã vamos observar a conjuntura dos governos distrital e federal, que farão anúncios de cortes no orçamento, para desenhar uma posição mais enfática”, defende Gaúcho.
O presidente do Sinpol-DF lembrou, contudo, que a assembleia desta terça é, também, um ato de protesto contra a atitude equivocada da administração da PCDF e a favor da união de todos os que fazem a PCDF. “Nunca ocorreu, durante um movimento como esse, de alguém dentro da Polícia se voltar contra os colegas. Não vamos direcionar o ato a uma pessoa, mas vamos pedir união”, conclama o presidente do Sinpol-DF.
JUNTOS SOMOS FORTES!