Um balanço divulgado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) mostra que os furtos de celulares mais do que dobraram em janeiro e fevereiro de 2018, comparativamente com o mesmo período do ano anterior. “Os dados comprovam que o GDF vem manipulando os números da criminalidade, para apenas divulgar dados que lhe são favoráveis. A política de acobertar a realidade tem como causa a retirada de recursos da área de segurança”, denuncia Rodrigo Franco Gaúcho, presidente do Sinpol-DF.
Em janeiro de 2017 foram registrados 372 casos de furtos de celulares. Em fevereiro daquele ano, o número aumentou para 521, totalizando 893 registros nos dois primeiros anos de 2017. Já no ano de 2018, os furtos de aparelhos passaram para 940 casos apenas em janeiro. Em fevereiro, um novo salto, quando 1.170 vítimas tiveram subtraídas seu objeto pessoal. Até o dia 28 de fevereiro, 2.110 aparelhos celulares desapareceram das mãos de seus proprietários. Houve, assim, um acréscimo de 142% de crimes dessa natureza, apenas nos dois primeiros meses de 2018.
O presidente do sindicato conta que a modalidade criminosa vem crescendo assustadoramente. Em 2013, aconteceram 6.367 furtos dessa natureza. Em 2014, houve acréscimo para 7.718 registros. Em 2015 e 2016, o número de registro chegou a diminuir, mas acredita-se ao fato de que cerca 20 delegacias foram fechadas no período, acarretando subnotificações, quando as pessoas não conseguem ou desistem de registrar os crimes. “Em 2017, foram comunicadas 9.414 subtrações de aparelhos, uma média de 25 smartphones furtados por dia. Os 2.110 celulares furtados em 2018 sobem essa média diária para 35 casos”, acrescenta.
“Tais número revelam a falta de políticas voltadas para a redução da natureza criminal de furto de celulares. Os furtos, ao contrário dos roubos, ocorrem sem violência ou grave ameaça. As vítimas têm os objetos furtados, dentro de estabelecimentos comerciais, educacionais, residências, dentro de veículos ou mesmo em via pública. Há um comércio paralelo destes objetos, o qual também não é combatido ou reprimido com ênfase”, finaliza Rodrigo Franco.