Policiais civis de todo o Brasil ameaçam entrar em greve na próxima quarta-feira (14/12) contra a Reforma da Previdência. A categoria reivindica o mesmo tratamento concedido às Forças Armadas e à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros, que terão regras especiais para as aposentadorias.
Segundo a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) a proposta enviada pelo governo Temer ao Congresso Nacional não reconhece a profissão como “atividade de risco”, suprimindo a expressão do texto constitucional.
“Talvez isso tenha se dado porque os policiais em nenhum momento foram convidados a participar de qualquer discussão relativa à reforma da Previdência, seja no Ministério da Justiça, o que seria natural, seja em qualquer outro órgão do governo federal”, dispara Jânio Bosco Gandra, presidente da Cobrapol.
Outro ponto prejudicial, de acordo com ele, é que a reforma previdenciária eleva para 65 anos a idade mínima para aposentadoria do policial, proposta esta que desconsidera o fato de a expectativa de vida do brasileiro ter subido nos últimos anos, superando 75 anos, enquanto a expectativa de vida do policial é de 66 anos, significativamente mais baixa.
No Distrito Federal, o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) informou que ainda vai discutir com a categoria sobre possível adesão ao movimento e decidirá se haverá paralisação dos agentes da capital nos próximos dias.
“Estamos juntos com a Cobrapol e com todas as entidades policiais, preocupados porque fomos colocados nas regras gerais da reforma da previdência, mas trabalhamos com o diferencial do risco diário de morte. Não queremos sair da reforma, mas é preciso discutir a melhor forma, inclusive porque o governo federal já sinalizou tratamento diferenciado para as Forças Armadas e para a PM. O que queremos é tratamento único”, disse Rodrigo Franco, presidente do Sinpol.
Fonte: Metrópoles