Civis e Federais discutem mudanças no modelo

A convite da Diretoria da Confederação Nacional dos Policiais Civis do Brasil, a FENAPEF participou do XV Congresso Nacional promovido pela entidade, que reuniu sindicatos estaduais da categoria de diversos estados. O evento inaugurou uma nova fase de lutas por melhorias na segurança pública, com a união de policiais civis e federais.

Com os temas Ciclo Completo de Polícia e Carreira Única nas polícias judiciárias brasileiras, o evento abriu importante espaço para que os exemplos da Polícia Federal (Ciclo Completo) e da Carreira Única (Polícia Rodoviária Federal) fossem apresentados pelos representantes da FENAPEF e da FENAPRF e submetidos à análise em seus prós e contras pelos representantes dos policiais civis brasileiros.

Após abertura oficial do evento e composição da mesa pelo Presidente Jânio Bosco Gandra, inciou-se o ciclo de palestras com a participação dos policiais civis Luciano Garrido (Diretor do SINPOL/DF), Saulandre Morais (Diretor do SINPOL-DF e da Associação dos Escrivães da PC-DF) e Adriano Soares (Representante dos Policiais Rodoviários de Santa Catarina), além de Luís Antônio Boudens (Vice-Presidente da FENAPEF).

O Vice-Presidente da FENAPEF apresentou um painel com análise depurada sobre o Ciclo Completo de Polícia que é executado hoje na Polícia Federal. Apontou suas vantagens, como a de se manter em uma mesma estrutura orgânica e funcional as atividades de polícia preventivo-administrativa, investigativa e pericial, e suas desvantagens, como a concentração de poder decisório na figura do delegado de polícia.

 

Também frisou a necessidade de se avançar na implementação da porta única de entrada, como primeiro passo para a implementação da Carreira Única que, segundo defendeu, seria “uma forma de humanizar as relações internas nas polícias, promover a inclusão social dos policiais e evitar que servidores neófitos ocupem posições de comando e gestão sem ter a devida experiência na corporação policial”.  Criticou a facilidade de o crime organizado infiltrar seus membros ou cooptar pessoas recém-formadas em Direito para que integrem os quadros da Polícia Federal e, desde o início, ocupem – no mínimo – a presidência de inquéritos policiais. Como desvantagem expôs o problema da seletividade nos trabalhos de polícia judiciária, os quais deveriam ter sequencia imediata após entrega pela polícia preventiva, mas acabam ficando adstritos à decisão unilateral do delegado de polícia, o que abre caminho para a ineficiência dos trabalhos de investigação.
O evento foi considerado de grande importância pela Diretoria da Federação Nacional dos Policiais Federais, que não economizou elogios à iniciativa da COBRAPOL. A organização das entidades representativas dos policiais civis brasileiros demonstra um amadurecimento da categoria e só tem a contribuir neste momento em que a sociedade brasileira aponta da segurança pública a prioridade número um dentre as políticas públicas a serem adotadas de forma urgente.
Fonte: Fenapef
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