IMG_0857Em reunião com equipe de transição, Sinpol-DF apresenta reivindicações

O Sinpol-DF se reuniu, na tarde de ontem (3), com o coordenador da equipe de transição de governo para assuntos de segurança pública, Prof. Artur Trindade. Durante a reunião, foram tratados assuntos pertinentes à Polícia Civil, como uma nova política pública de segurança pública, a realização de um fluxo contínuo de ingresso de novos policiais, a preocupação com a saúde dos policiais efetivos e a nomeação do novo diretor de Polícia Civil. Participaram da reunião, ainda, representantes do Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindepo) e de associações representativas.

O quadro reduzido de efetivos é um dos maiores problemas da categoria, segundo o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho. Das 3.029 vagas criadas por lei no ano passado, praticamente nenhuma foi ocupada. “Com a evasão de profissionais, o quadro fica cada vez mais reduzido, colocando os policiais em situação de risco. A consequência disso são profissionais doentes e estressados, o que não é bom para a segurança pública”, relata o líder sindical. Como uma questão leva à outra, Gaúcho ressalta a necessidade de uma reforma na assistência de saúde da categoria. “O ideal é um plano de saúde integral ou um hospital que atenda todas as necessidades do policial e da família, mas nenhuma das duas coisas acontece”, queixa-se.

Antenado às questões que colocam a segurança pública do DF em discussão diante dos acontecimentos recentes, o coordenador da transição apresentou total interesse do governador eleito, Rodrigo Rollemberg, em promover uma nova política pública na área. “Estamos estudando uma metodologia em que o Pacto pela Vida será uma ação integrada, que envolverá todos os atores da comunidade, não somente policiais civis e militares, mas administradores regionais, CEB e lideranças no sentido de inibir a ação da criminalidade”, explica Trindade. Nesse modelo, a novidade é que, a exemplo do que ocorre de forma bem-sucedida em diversos estados, como Pernambuco, o grande líder será o próprio governador, que participará de reuniões sistemáticas com as lideranças de bases, delegando a cada um o que deve ser feito para que se tenha resultados mais expressivos. “É fundamental que a palavra de ordem venha da boca do governador, para que haja uma governança precisa da ação. Por sua vez, o secretário de Segurança Pública deixa de lado
o protagonismo – que nem sempre significa poder – e terá como papel fazer a máquina funcionar”, complementa.

Artur Trindade também expôs aos presentes que deve haver por parte do governo a vontade política em criar um fluxo contínuo para que novos policiais sejam incorporados anualmente aos quadros, sem que haja necessidade de grandes concursos esporádicos que criam alto índice de expectativa entre os aprovados e nem sempre seleciona os melhores profissionais. A ideia é que haja uma carreira mais atrativa para que se retenha os melhores. Para isso, porém, é necessário que se reavalie a cota que cabe à segurança dentro do Fundo Constitucional, que caiu de 63% para 46%. “Somente retomando a configuração anterior do Fundo Constitucional é que o governo poderá dar uma resposta aos anseios da categoria em relação às reivindicações pertinentes ao plano de saúde, reestruturação da carreira e maior ingresso de efetivos no quadro. Isso só será possível se houver indicadores positivos e metas alcançadas dentro do quesito de segurança”, acrescenta o coordenador da transição. Por sua vez, o presidente do Sinpol-DF ressaltou que os policiais têm efetuado cada vez mais prisões e apreensões, mas estão ficando doentes por causa da sobrecarga de trabalho. “Portanto, para que um novo sistema de segurança funcione bem, com a participação motivada dos policiais, É preciso ter algum estímulo em equilíbrio com as metas”, finalizou Gaúcho.

Diálogo – Na avaliação do Sinpol-DF, a reunião com a equipe de transição do governo foi importante por mostrar a abertura ao diálogo. “Mais importante ainda foi demonstrar que existe uma consonância entre ideias, já que o governo que vai entrar apresentou grande interesse em olhar para o lado humano da questão, enxergando o policial como cidadão acima dos números. Olhar apenas para indicadores e metas não é o modelo mais correto de se trabalhar com uma questão tão humanitária como a segurança pública”, avalia Gaúcho.

Outra preocupação relatada pelo Sinpol-DF com a coordenação de transição foi a atenção a uma reivindicação da entidade de classe a de uma participação de todos os policiais no processo de indicação do nome da pessoa que irá ocupar o cargo de diretor de Polícia Civil a partir de janeiro. O coordenador, Artur Trindade, explicou que, em princípio, os esforços estão no sentido de identificar um perfil ideal antes de se chegar à fase de sugerir nomes. “Entendemos que o novo diretor deverá ser alguém que compartilhe este ideal da categoria, em fazer de fato um pacto pela vida e buscar o lado humano da segurança pública”, concluiu.

 

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