Policiais Civis definem novos rumos da Operação Vida

Nesta semana, a categoria volta a se reunir em busca de soluções para a segurança pública

Brasília, 16 de junho de 2015 – A fragilidade das condições de trabalho da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) leva a categoria a uma nova assembleia na próxima quinta-feira (18). Nesta oportunidade, a segunda fase da Operação Vida será discutida. A perda salarial e os concursos de remoção também estão na pauta.

“As nossas reivindicações são motivadas para que a população tenha acesso a uma segurança pública de qualidade. Os policiais precisam de melhores condições de trabalho. O diálogo está aberto com o GDF e a PCDF para alcançarmos uma solução”, afirma o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF), Rodrigo Franco.

Longe de oferecer soluções definitivas, o GDF anunciou a nomeação de 48 aprovados no último concurso. O número não atende às necessidades da região. “Enquanto a população que transita pelo DF triplicou em 20 anos, o quadro da polícia segue menor do que o de 1993. A tendência é um aumento do déficit com a aposentadoria prevista, ainda para este ano, de 500 servidores”, alerta Franco.

O déficit compromete as investigações, que em alguns casos são suspensas por falta de pessoal. O presidente evidencia o problema, como ele explica: “quando ocorre um homicídio, é preciso o envolvimento de, pelo menos, seis agentes. Divididos em duas equipes, uma responsável pela preservação do local de crime e outra para iniciar as investigações. As delegacias, em média, contam com três agentes, que precisam fazer o trabalho de seis”.

O DF tem números diários de 92 assaltos a pedestres, dois homicídios e um sequestro relâmpago. “São mais de um milhão de ocorrências aguardando uma resposta. Sem condições ideais de investigação, os criminosos continuam agindo e a população está à mercê da violência diária. As autoridades responsáveis precisam agir”, cobra Rodrigo Franco.

OPERAÇÃO VIDA

A primeira fase foi deflagrada após a assembleia extraordinária realizada no dia 21 do último mês. Na semana seguinte, a categoria parou algumas atividades por 24 horas e exigiu o mínimo de policiais para a realização de determinadas ações policiais.

A segunda fase será discutida na assembleia desta semana e poderá ter um “incremento nas paralisações e adoção de outros procedimentos. Para esta etapa, teremos a participação doInstituto de Criminalística, Instituto de Identificação e também, do IML, bem como de outras unidades”, disse o presidente.

CAMPANHA SALARIAL

A categoria também enfrenta a desvalorização salarial, em razão da inflação dos últimos anos. O sindicato quer apresentar uma proposta para negociar com o governo local e federal.

CONCURSO DE REMOÇÃO

O Sinpol-DF pede à Direção Geral da PCDF regras claras quanto ao deslocamento de servidores. Atualmente, policiais civis estão sendo removidos dos postos de trabalho de forma aleatória, sem motivação. O sindicato entende o ato como “uma punição branca, que entre outras consequências, provoca a interrupção das investigações que estão sendo conduzidas por estes agentes”, explica Franco.

SERVIÇO

O quê: Assembleia Geral Extraordinária
Quem Promove: Sinpol-DF
Onde: Salão Social do clube da Agepol, SCES Trechos 2 e 3, Asa Sul
Quando: 18/06
Horário: A partir das 14h

SOBRE O SINPOL-DF

Fundado em 1988, o Sindicado da Polícia Civil do Distrito Federal representa agentes de polícia, médicos legistas, peritos criminais, escrivães, agentes penitenciários, papiloscopistas e delegados na defesa dos interesses de classe e no relacionamento com governos Distrital e Federal, e com a Câmara Legislativa do Distrito Federal e o Congresso Nacional. A nova diretoria assumiu em maio de 2014 e entre os principais pleitos estão: a valorização profissional, a reestruturação da carreira e o reconhecimento definitivo de todos os cargos que compõem a carreira de Polícia Civil como de nível superior.

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