Na manhã desta terça-feira, 14, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) promoveu a palestra “Dilemas da Investigação Criminal”.
À frente da apresentação, o professor e consultor na área de Segurança Pública Guaracy Mingardi – mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), doutor pela Universidade de São Paulo (USP) e também autor de dois livros e cerca de 90 artigos.
O evento faz parte do ciclo de palestras e discussões promovido pelo sindicato com o propósito de debater temas ligados à carreira policial. Em março, o ex-secretário Nacional de Segurança Pública Ricardo Balestreri e o professor George Felipe Dantas foram os convidados.
Segundo o diretor-adjunto dos de Políticas Sindicais e também organizador das palestras, Alexandre Rocha, a finalidade é trazer para a comunidade policial os principais assuntos que, atualmente, estão sendo discutidos no âmbito da segurança pública.
“De forma clara, esses eventos têm uma importância que vai além do engrandecimento do sindicato, agregando conhecimento aos policiais civis e, dessa forma, promovendo a melhoria da PCDF. O compartilhamento com os policiais leva a instituição para frente e estimula o reconhecimento da categoria e, consequentemente, a luta pelos seus direitos com mais consciência”, esclarece Alexandre Rocha.
Ainda segundo o diretor, cada palestrante traz uma contribuição diferente. “Nesse caso em especial a palestra teve importância ímpar por se voltar à atividade principal da polícia civil, a investigação. Foi muito proveitoso para todos que participaram”, elogia.
Mingardi iniciou a palestra destacando que, atualmente, a Polícia Civil tem perdido espaço e ressaltando a necessidade de mudanças na corporação que desencadeiem a melhoria de performance e uma maior produção de esclarecimentos e resoluções para os crimes.
“A polícia foi esquecendo aos poucos que a principal função dela é a investigação. Por uma série de outras atividades, o papel maior da Polícia Civil, que existe para investigar, aos poucos vai sendo deixado de lado. Não que a polícia não possa fazer outras atividades, mas essa é a prioritária”, expôs Guaracy.
Entre os principais pontos abordados na palestra desta terça estavam questões que vêm alterando o quadro da investigação, como a cadeia de custódia, o direito de acompanhar a perícia e a criação da defensoria pública.
Também foram discutidos problemas como a materialidade, com foco na perícia lenta e mal empregada, a lentidão e burocracia, sobretudo da polícia cartorial, além da falta de conhecimento e metodologia, gerados principalmente pelo precário ensino de investigação e pelo desdém com o ensino formal das academias.
Em breve, por meio da TV Sinpol, a palestra será disponibilizada na íntegra.