Palestra  20.03.15 Otto Peyerl -12
Para George, o conhecimento teórico científico deve, cada vez mais, ser aplicado ao dia-a-dia da prática policial (Fotos: Otto Peyerl/Sinpol-DF)

Na última sexta-feira, 20, o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) recebeu o professor George Felipe de Lima Dantas, doutor em Educação e Políticas Públicas pela “The George Washington University” e especialista em Segurança Pública, para ministrar palestra “Reflexões sobre a moderna ciência policial”.

O evento faz parte do ciclo de palestras e discussões sobre a carreira policial promovido pelo Sinpol-DF. Segundo o diretor de comunicação, Luciano Garrido, eventos como esse são importantes para gerar reflexões sobre modelos bem-sucedidos que podem contribuir para evolução das polícias brasileiras.

George Dantas iniciou a palestra destacando a importância da harmonia entre teoria e prática. Para ele, o conhecimento teórico científico deve, cada vez mais, ser aplicado ao dia-a-dia da prática policial, que naturalmente já está permeada por conceitos e técnicas das ciências naturais, assim como ciências humanas orientadas para o desvendamento de crimes, tais como psicologia, criminologia e sociologia do crime.

“Toda formulação científica parte de um questionamento e precisa observar um método científico. É assim que os policiais trabalham. Formulam hipóteses e teorias a partir de evidências coletadas no local de delito, e depois de analisadas, essas evidências vão corroborar ou não as teorias”, expôs Dantas.

Através de experiências práticas realizadas principalmente nos EUA, mas também em países da Europa Continental e Austrália, George Dantas mostrou, por exemplo, como a aplicação de técnicas de georreferenciamento e outras ferramentas de tecnologia da informação em casos de investigação criminal podem melhorar muito a dinâmica de trabalho e aumentar a resposta da Polícia para a sociedade.

Mesmo com tantos benefícios aparentes, tais técnicas científicas ainda enfrentam resistência da própria categoria policial. Segundo ele, porém, os argumentos contra o uso aplicado da ciência na Polícia não são suficientemente convincentes. “Como não podemos utilizar nossos melhores métodos quando o trabalho da polícia é evitar que se responsabilize um inocente ou evitar que um delinquente escape das garras da lei?”, questiona.

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