Policiais integrantes do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) participaram na tarde de terça-feira, 3, de uma manifestação contra as remoções arbitrárias e injustificadas de policiais causadas pela troca de chefia nas unidades da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O ato também reivindicou a implementação de um concurso para essas remoções, com critérios objetivos.
O grupo se reuniu em frente ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) por volta das 14 horas. De lá, os policiais caminharam juntos realizando um “apitaço” até a sede da Diretoria Geral da PCDF, onde o Sinpol requisitou uma reunião ao diretor-geral Eric Seba de Castro.
Durante o ato, o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o “Gaúcho”, disse que a categoria não pode aceitar com naturalidade a ideia de que alguns colegas sejam removidos sem serem ouvidos, sem que isso obedeça a critérios objetivos.“Nós não somos contra as remoções de chefia ou remoções para que a polícia continue desenvolvendo o seu trabalho de forma estratégica. Mas nós não podemos permitir que se use isso como uma forma, às vezes, de se aplicar uma “punição branca” a alguns colegas por algum tipo de perseguição, afirmou.
Gaúcho esclareceu que a manifestação não teve conotação política ou pessoal, mas se trata de um pleito pelo qual o sindicato já vinha lutando desde a gestão passada da PCDF. “É importante que nós todos estejamos cobrando esse concurso de remoção com regras claras na Polícia Civil. Isso já acontece na Secretaria de Educação, na Secretaria de Saúde e também no Departamento de Polícia Federal. É preciso que, agora, a gente comece a discutir um novo modelo para essa questão”, acrescentou Gaúcho.
Para o primeiro vice-presidente do Sinpol-DF, Renato Rincon, a implantação de um concurso de remoção, além de corrigir essa prática equivocada, atende ao princípio da impessoalidade na administração pública.
“Nós precisamos superar uma postura de individualismo e perceber que, amanhã, qualquer um de nós pode estar nessa situação. Nós queremos regulamentar essa prática, com regras claras. Nós não aceitamos e não aceitaremos sermos tratados como gado. Temos o direito de trabalhar em paz”, ponderou.
Projeto do Sinpol
A reunião entre as lideranças sindicais e os diretores da PCDF só ocorreu às 17h. Além de Eric Seba, o diretor-geral adjunto da instituição, Anderson Espíndola, e o diretor do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), Flavio Messina, participaram do encontro.
Rodrigo Franco lembrou que o Sinpol-DF já havia enviado, em 2014, uma proposta à Diretoria Geral da PCDF para a realização dos concursos de remoção. “É um pré-projeto, sobre o qual podemos negociar, mas a implementação dele é uma demanda urgente e absolutamente necessária”, destacou o presidente do sindicato.
Ele ressaltou, ainda, que as mudanças futuras na Polícia Civil continuarão gerando problemas aos policiais removidos e às atividades de gestão da instituição. “Se começarmos a trabalhar com esse objetivo desde já, poderemos evitar muitos problemas. Precisamos de soluções no nível institucional”, disse.
Eric Seba de Castro, diretor-geral da PCDF afirmou que ele e Anderson Espindola, o diretor-adjunto, sempre foram favoráveis e lutaram pela implantação de concursos de remoção para as carreiras da PCDF. Em algumas ocasiões em que levaram essa proposta, eles foram “voto vencido”. “Nunca medimos esforços para conciliar as necessidades e interesses dos servidores com o bom andamento das atividades da corporação”, declarou.
O diretor da PCDF afirmou não ter recebido o projeto apresentado pelo Sinpol em 2014. Por isso, as discussões sobre o concurso de remoção sempre levaram em conta o projeto do delegado Helder Pedron, baseado no modelo implementado na polícia do Maranhão. “Não conhecemos a proposta do Sinpol, mas queremos e devemos conhecê-la”, afirmou Eric Seba.
Ao fim da reunião, ficou acordado que nos próximos dias o Sinpol-DF encaminhará o projeto do concurso de remoção para a Direção da PCDF. A implementação desse pleito é prioridade para o sindicato.
(Fotos: Shirley Marques)