Do Metrópoles

O número de assassinatos no Distrito Federal tem assustado a população. Apenas em setembro deste ano, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) computou 32 homicídios e dois latrocínios, o que resulta em média superior a uma morte violenta por dia. Quando não há prisão em flagrante e a polícia precisa buscar evidências sobre os suspeitos, a preservação das cenas de crime é fundamental para a investigação.

Para acelerar a elucidação dos casos, a SSP, a Polícia Civil (PCDF), a Polícia Militar (PMDF), o Corpo de Bombeiros (CBMDF) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) criaram um grupo de trabalho para desenvolver protocolo de ação a ser colocado em prática assim que um crime violento ocorrer em qualquer cidade do Distrito Federal.

Atualmente, a PCDF já trabalha com o Plantão Extraordinário de Preservação de Local de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), composto por equipe formada por quatro policiais civis – entre os quais, um delegado de polícia. No entanto, o grupo atua nos locais de crime apenas nas sextas-feiras, nos sábados e domingos.

A partir da próxima semana, as equipes serão permanentes, agindo em todos os dias da semana, segundo o diretor do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), delegado Jeferson Lisboa.

De acordo com o investigador, as cenas de crime funcionam como uma espécie de livro, no qual as evidências refletem a história do que ocorreu na área.

“Quanto mais preservado estiver o local da morte, mais rapidamente ela poderá ser elucidada. Essas equipes estão trabalhando de forma fundamental para manter elevada a nossa taxa de resolução de homicídios, que já é uma das mais altas do país. A partir da próxima semana, elas estarão nas ruas todos os dias da semana, em forma de rodízio”, destacou Lisboa.

Mais preparação

Os agentes de polícia, peritos criminais e delegados que compõem as equipes de preservação de locais de crimes violentos precisam concluir um curso específico na Escola Superior de Polícia Civil para integrar o projeto.

Depois de formadas, as equipes se apresentarão na sede do Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), da Secretaria de Segurança. Os times partem de lá quando são acionados para isolar e preservar alguma cena de crime violento.

Com a nova proposta, a apuração ganha mais agilidade e eficiência na elucidação de crimes como homicídio, latrocínio e lesão seguida de morte, uma vez que as equipes darão apoio às delegacias na execução dessa atividade até o término dos trabalhos dos peritos. “Essa medida visa assegurar a integridade da cena do crime, possibilitando o imediato trabalho de polícia investigativa”, ressaltou o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido.

O secretário de segurança, Anderson Torres, frisou que a criação do grupo de trabalho para a elaboração do Protocolo Integrado de Atendimento de Locais de Crimes Violentos Letais e Intencionais é um dos temas de grande relevância na agenda da pasta.

“Esse regulamento atuará diretamente na questão da elucidação de crimes violentos contra a vida. Para isso, é de extrema importância a manutenção e a preservação do local de crime, bem como a exploração desse local de forma adequada, técnica e cadenciada – cada um em seu momento. Esse protocolo reforçará ainda a importância da ação integrada entre as forças de segurança na repressão a esses tipo de crimes. Isso refletirá na sensação de segurança e na diminuição da impunidade no DF”, salientou.

 

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