Do G1/Brasília
O ex-caseiro da médica encontrada amarrada, amordaçada e morta no banheiro de casa, em Sobradinho 2, é o principal suspeito do crime. Rafael Silva de Jesus, 25 anos, trabalhou na residência de Isabel Irene Rama Leal, 61, durante 14 dias, mas a servidora pública da Secretaria de Saúde dispensou o funcionário há uma semana. Três dias depois, na segunda-feira, ele voltou para se vingar da demissão, segundo a polícia. Equipes de investigação da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) acreditam em crime premeditado.
Rafael mora em Brasília há seis meses. Natural de Minas Gerais, ele responde por dois homicídios na cidade mineira de Pirapora — um cometido em 27 de março de 2015 e o outro em 13 de fevereiro de 2012 —, além de um roubo praticado em 27 de junho de 2011. Tinha um mandado de prisão expedido contra ele pela Justiça daquele estado. Policiais civis conseguiram identificá-lo graças às câmeras de segurança da casa da vítima — elas estavam em um HD externo — e de vizinhos do condomínio onde ocorreu o latrocínio.
Imagens flagraram o momento em que ele chegou à casa da médica, a pé, na noite de segunda-feira, por volta das 19h. Às 20h30, Rafael deixou o local com o veículo da vítima, um Prisma prata (placa JIO-7130/DF). No carro, havia tevê, computadores que armazenavam as filmagens internas, objetos eletrônicos e dinheiro.
O delegado adjunto da 35ª DP, Welington Barros, explicou que o suspeito deixou os objetos na casa onde mora de aluguel, na Vila Rabelo, e fugiu com a mulher e a filha, de 4 meses. “A vítima o dispensou porque ele não limpava as coisas direito. O homem sabia da rotina dela para cometer o crime. Ela era considerada uma pessoa muito bondosa e, provavelmente, não se preocupou em checar o passado do ex-funcionário. Pedimos que quem veja o carro acione a polícia pelo telefone 197”, disse.
A polícia acredita que Rafael saiu do DF. Assim, as corporações de todo o Brasil sabem da procura pelo suspeito. “A nossa expectativa é que ele tenha deixado o DF, porque fez isso uma vez, quando aprontou em Minas e fugiu para Brasília. Como ele tem experiência de fuga, esperamos que, com as imagens e a divulgação de fotos, consigamos ter informações do paradeiro dele e do veículo.”
Segundo Welington, a princípio, a mulher dele não deve ser indiciada. Para a polícia, não há desconfiança de que ela possa ter prestado algum tipo de apoio ao companheiro. “Na verdade, ele era bem violento com a mulher e relatos mostram que ela tinha medo dele. Inclusive estamos preocupados com a possibilidade de ela ser coagida, porque esse homem é considerado perigoso”, destacou.
Ainda não se sabe se Rafael estava armado. A suspeita da perícia é de que a vítima tenha morrido por asfixia, mas só o exame de corpo de delito apontará a causa do óbito. “Imagens não mostraram se ele estava armado. A vítima foi amarrada por volta das 20h no banheiro, antes de ele sair da residência”, esclareceu o delegado.
Nas redes sociais, organizações em defesa dos animais fizeram uma campanha para a adoção de gatos e cachorros que moravam com a vítima. A médica resgatava animais na rua, em situação de fragilidade, e cuidava deles.