Do Metrópoles
A triste lembrança do assassinato de Eli Roberto Chagas, 51 anos, ainda perturba os moradores do Guará II. Morto em fevereiro, o servidor público foi abordado por três bandidos enquanto aguardava os filhos saírem do Colégio Rogacionista. Embora o crime tenha chamado a atenção das autoridades, a população da cidade e do Guará I ainda sofre com os constantes casos de roubos a pedestres e a comércios. Indignados com a situação, moradores da região administrativa criaram, na quarta-feira (18/5), o grupo Apita Guará.
Fazer muito barulho. Essa é a tônica do movimento, que já conta com cerca de 250 integrantes no Facebook e 104 no WhatsApp. Os participantes do coletivo divulgam informações nas redes sociais sobre assaltos. Além disso, caso presenciem alguma situação estranha na vizinhança, os integrantes do grupo, equipados com apitos e buzinas, iniciam um “apitaço” após o episódio para alertar às pessoas próximas ao endereço.
Para facilitar a comunicação dos moradores com a Polícia Militar, o 4º BPM também está entre os contatos adicionados no grupo do WhatsApp. “A violência aqui é assustadora. E não podemos ver essas coisas acontecerem sem podermos fazer nada. Todo dia, recebemos informações de locais e de passageiros em paradas de ônibus que foram assaltados”, explicou Cynthia de Jesus, 42 anos (foto). Inconformada, a telefonista, que viveu a vida inteira no Guará I, decidiu criar o movimento, que está sendo muito bem recebido.
Mais de 200 roubos
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, somente entre janeiro e fevereiro deste ano, a pasta registrou 204 roubos a pedestres no Guará. Em 2015, no mesmo período, foram contabilizadas 160 ocorrências.
A incidência de roubos em comércio também aumentou em relação ao ano passado. De acordo com dados da secretaria, 18 casos ocorreram nos primeiros dois meses de 2016. No ano passado, foram 12.
Integrantes do projeto organizam uma caminhada para o feriado de Corpus Christi, na próxima quinta-feira (29). Eles planejam se concentrar na Feira do Guará e percorrer importantes vias da cidade para divulgar o movimento e alertar os órgãos públicos.