Além disso, órgão quer descobrir se há relação dos suspeitos com os 32 detidos entre 2013 e 2014
Materiais explosivos roubados ou furtados de mineradoras foram utilizados para a destruição de dezenas de caixas eletrônicos no Distrito Federal e em estados. Era assim a atuação de pelo menos três grupos presos pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do DF, entre 2013 e o ano passado. Com perfil semelhante, as quadrilhas destruíam agências no DF, em Goiás, na Bahia, em Minas Gerais, na Paraíba e em Tocantins. No período, 32 pessoas foram presas pela DRF — todas condenadas. A preocupação da delegacia, a partir de agora, é desvendar as 10 explosões que ocorreram este ano e descobrir se há alguma relação entre os suspeitos com os detidos nas últimas operações.
A ação dos bandidos que explodem caixas eletrônicos é rápida. Dura de três a quatro minutos, entre a chegada ao banco, a explosão das máquinas e a retirada do dinheiro. A polícia evita dizer a quantia que os bandidos lucram com cada ação, mas as apurações da DRF indicam que os ladrões juntam o dinheiro para a compra de armamento, de drogas e de uma vida com regalias. Somente de junho a dezembro de 2013, a unidade prendeu 24 bandidos que praticavam esse crime. Entre eles, estavam integrantes de uma facção criminosa de São Paulo que vinham para o DF apenas para efetuar as explosões. Três deles, segundo a polícia, estão presos em uma ala de segurança máxima no sistema penitenciário do DF.
O delegado-chefe da DRF, Fernando César Costa, explica que, apesar das dificuldades em chegar aos criminosos, pois muitos usam máscaras e luvas, a polícia tem montado estruturas de combate a esse tipo de crime. “É todo um trabalho de coleta e análise de informações para identificar os autores, mesmo que os explosivos destruam muitas provas. É um trabalho constante com operações sistemáticas. Pode passar algum tempo, mas identificamos e prendemos todos os criminosos”, afirma. “A atuação não depende única e exclusivamente dos policiais, mas também de juízes e promotores que fornecem meios para que as investigações sejam realizadas. Se houver um descompasso entre essas forças, praticamente inviabiliza o sucesso das investigações”, complementa.
Com frequência, o delegado repassa às instituições financeiras a necessidade de investimentos em segurança. Apesar disso, segundo ele, os quatro maiores bancos do país usam menos de 5% do lucro em proteção. Este ano, foram 10 explosões a caixas eletrônicos no DF. A DRF apura todas as ocorrências, mas, em 2015, ainda não prendeu quadrilhas especializadas no crime. O delegado evita dar detalhes sobre a autoria das últimas explosões para não atrapalhar as investigações que estão em andamento, mas adianta que todos os grupos estão sendo monitorados e serão presos.
Fonte: Correio Braziliense