JORNAL DE BRASÍLIA

 

SALÁRIO DE POLICIAIS

SAI AUMENTO DA SEGURANÇA

Recursos virão, divididos em três parcelas, do Fundo Constitucional

 

O Governo do DF ofereceu reajuste salarial de 15,8% para as categorias da Segurança Pública – Polícia Militar, Civil e Corpo de Bombeiros Militar. O aumento valerá a partir do dia 1° de março de 2013, mas será dividido em três parcelas anuais, que significarão, no final de 2015, uma despesa no Fundo Constitucional na ordem de R$ 600 milhões com as corporações. Como envolve recursos do fundo, deverá ser ratificado pelo Governo Federal.

As greves da categoria atingiram recorde este ano. Os policiais civis cruzaram os braços no dia 23 de agosto e ficaram parados por aproximadamente 90 dias. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros trabalharam na chamada Operação Tartaruga. “Negociamos, fizemos um esforço grande e concluímos pelo reajuste isonômico, no mesmo percentual dos servidores federais. Dará tranquilidade para a categoria e para a população”, disse ontem o governador Agnelo Queiroz, após reunião do secretariado.

 

DUAS REFERÊNCIAS

A proposta de reajuste à Polícia Civil é dividida em duas referências: uma aos delegados e outra aos agentes. Baseado na tabela aprovada pelo Governo Federal, o piso dos delegados terá 24% de reajuste, dos quais 5% em 2013 e 9,5% em 2014 e 2015. “Os delegados em nível intermediário e teto terão parcelas de 5%, nos três anos”, disse o secretário de Administração, Wilmar Lacerda.

Os agentes manteriam a tabela de 2012, como os agentes federais, de três parcelas de 5%, nos próximos três anos. “Os agentes federais rejeitaram o acordo proposto pelo governo e ficarão na mesma tabela de 2012”, justificou Lacerda.

O aumento na folha atingirá aproximadamente 41 mil policiais e bombeiros da ativa e aposentados. Em 2013, o impacto na folha da Polícia Civil será de R$ 50 milhões e, na da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar será de R$ 115 milhões. Todas as incorporações e os adicionais de folha provêm do Fundo Constitucional.

Segundo o secretário de Administração, o saldo final do aumento, de R$ 600 milhões, está previsto na evolução do Fundo, sem prejuízo para as demais categorias atendidas, como saúde e educação. “O crescimento será de 7% até 2015”, disse Lacerda.

 

Policiais civis reivindicam mais

Os agentes da Polícia Civil não aceitaram a proposta apresentada pelo governador Agnelo Queiroz e uma nova reunião será feita, hoje, para aparar as arestas entre a categoria e o governo. Os agentes querem, assim como os delegados, aumento de 9,5% em 2014 e 2015, para o teto dos servidores.

Segundo o deputado distrital Wellington Luiz (PPL), que é policial civil, o que o governo propôs e a categoria aceitou foi reajuste de 25,9%, dividido em três anos. “Não foi isso que anunciaram, descumpriram o acordo e não vamos admitir que o governo empurre goela abaixo como tem feito sistematicamente”, criticou o parlamentar. Wellington explicou que o reajuste anunciado pelo governo não atende à proporcionalidade de aumento entre as categorias. “Vão dar o reajuste sem zelo com a proporção entre delegado em início de carreira e agente no final de carreira. Vamos continuar insatisfeitos”, alertou.

O secretário de Administração, Wilmar Lacerda, minimizou o problema e disse que irá convencer a categoria a aceitar a proposta do governo. “O Governo Federal não nos permitiu aumentar o teto. É importante aceitar esta proposta, mas, caso rejeitem, vamos ter que pensar no que fazer”, adiantou Lacerda.

 

CORREIO BRAZILIENSE

 

GDF ANUNCIA REAJUSTE A POLICIAIS

Agnelo prevê aumento de 15,8% a representantes da PM, da Civil e do Corpo de Bombeiros. Em reunião com equipe do governo, ele fez balanço da gestão e determinou metas para os próximos dois anos. Melhoria do sistema de drenagem pluvial é uma das prioridades

 

Na metade do seu governo, chegou a hora de avaliar o passado e pensar no futuro. Na tarde de ontem, o governador Agnelo Queiroz (PT) reuniu secretários, administradores regionais e presidentes de empresas públicas para fazer um balanço da gestão nos últimos dois anos e traçar metas para os próximos dois. Em 2013, a ordem é “executar ou executar o orçamento”. E, entre as prioridades, está a rubrica com R$ 3 bilhões referentes a investimentos em obras viárias, segurança e saúde. No fim do encontro, anunciou aumento para policiais civis, militares e bombeiros.

Durante quase duas horas, Agnelo falou em um auditório do Centro de Convenções a uma plateia formada por servidores de primeiro escalão do Executivo. Em um tom mais otimista do que o usado no fim de 2011, ele pediu empenho da equipe para colocar em prática as ações de governo. Em um momento, chegou a ser incisivo com os assessores. Disse que não vai poupar correligionários de partido e até amigos, e pretende demitir quem não cumprir o acordado e deixar de executar o orçamento previsto.

Agnelo destacou obras de revitalização e assegurou que será feito um grande investimento em obras de ampliação do sistema de drenagem pluvial para evitar o que ocorreu este ano, quando fortes chuvas provocaram inundações em vários pontos da cidade. O chefe do Executivo apresentou medidas que serão adotadas para melhoria nas regiões administrativas. “São obras que vão garantir abastecimento de água, mais habitação popular, muitas obras viárias e infraestrutura em regiões carentes”, assegurou Agnelo.

O governador resumiu em três pilares para seus assessores mais próximos o que pretende para os próximos meses. Agnelo cobrou dos secretários sintonia com o governo federal, considerou que o GDF precisa andar de braços dados com a União e lembrou que é inadmissível que a capital da República deixe de captar recursos de convênios por dificuldade de gestão. O petista também ressaltou à equipe que o governo precisa estar focado em cuidar das pessoas e em manter a transparência. “No próximo ano, a vida da população vai melhorar ainda mais. O Brasil pode ter orgulho da sua capital”, prometeu.

Durante o balanço de governo, Agnelo fez menção ao vice Tadeu Filippelli (PMDB), que precisou sair mais cedo do evento por causa de um mal-estar. O petista disse que precisava registrar a parceria de Filippelli: “Ele assumiu importantes responsabilidades, tem atuado ombro a ombro comigo”. O reconhecimento demonstra a boa fase entre o titular e o peemedebista.

 

Negociação

Antes de encerrar a reunião no Centro de Convenções, Agnelo anunciou um reajuste de 15,8% aos policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal. Mais cedo, o governador esteve no Ministério do Planejamento acompanhado por secretários e pelo presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT). No encontro, ficou acertado o índice de correção dos salários em 15,8%, que será fatiado pelos próximos três anos, a partir de 1º de março de 2013.

No caso dos delegados, há uma correção diferenciada para o piso da categoria em 2014 e em 2015 de 9,5%, o que soma aumento total de 25,9%. Esse percentual será garantido da mesma forma aos que estão em início de carreira do DF. “Mas, para os agentes, o governo federal nos possibilitou de apresentar uma proposta de 15,8%. A Polícia Civil do DF reivindica que o teto dos agentes também tenha o mesmo reajuste do piso dos delegados para manter a proporção de diferença da tabela anterior”, disse Wilmar Lacerda, secretário de Administração do DF. O percentual será discutido em reunião da pasta com representantes do sindicato da categoria.

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