Os policiais civis do DF aderiram em massa à Operação Realidade, desencadeada nesta quarta-feira (8), a partir da 8h, com encerramento previsto para 24 horas depois. A ação fez parte de uma série de manifestações em âmbito nacional, dos servidores públicos federais que participam das carreiras essenciais ao Estado, contra a política de arrocho salarial imposta pelo governo federal e pelo GDF. De acordo com a operação, o Distrito Federal foi dividido em regiões e apenas cinco delegacias registraram as ocorrências. A 5ª DP (região metropolitana), 13ª DP (região leste), 21ª DP (região oeste), 33ª DP (região sul) e a DCA I e II, foram as unidades eleitas para o atendimento à população.
Durante a manhã, o presidente do Sinpol, Ciro de Freitas, os vice-presidentes, Luciano Marinho e André Rizzo, além de toda a diretoria da entidade e o Secretário de Regularização de Condomínios, Wellington Luiz, percorreram as unidades da PCDF em apoio aos policiais. Na oportunidade puderam verificar o engajamento e compromisso dos policiais com a ação e ainda o fiel cumprimento do Manual do movimento. Cartazes pretos com os dizeres “Operação Realidade”, foram colados nas entradas das DP’s, com a ajuda dos servidores das delegacias.
Já no início da tarde, a diretoria e diversos policiais civis participaram da manifestação em frente ao Bloco K, do Ministério do Planejamento, juntamente com as demais carreiras típicas de Estado. Aproximadamente cinco mil pessoas participaram do ato e seus líderes repetiram sobre o carro de som que a política de arrocho salarial do Governo Federal está deteriorando o serviço público.
O presidente Ciro de Freitas ressaltou que a Polícia Civil do DF está sendo sucateada e que o último reajuste concedido foi em 2006, divido em três anos, sendo que a última parcela foi de pouco mais de 2%. “Além disso, sofremos com a falta de efetivo, pois o quadro permanece inalterado desde 1993, uma vez que a população e a criminalidade mais que dobaram nesse período. Os policiais estão desmotivados e não suportam mais o tratamento indiferente do governo”. O presidente disse ainda que os outros pleitos da PCDF são: a reestruturação de carreira, a transformação/mudança de nomenclatura do cargo de agente penitenciário e o plano de saúde subsidiado.
O vice-presidente Luciano Marinho foi incisivo ao afirmar que não há mais o que ser negociado: “Esse prazo se encerrou há muito tempo e agora é preciso cumprir o que foi acordado. Estamos cansados de promessas e caso o cenário não altere urgentemente, a Polícia Civil vai parar. O movimento de hoje foi apenas uma pequena amostra da capacidade de mobilização da categoria, em união às demais carreiras de servidores públicos federais”, afirmou.
O segundo vice-presidente, André Rizzo, destacou que o movimento intitulado Operação Realidade não se trata de greve ou paralisação, pois a população não deixou de ser atendida: “A ação de hoje (08/08) foi um alerta para que o governo trate a Segurança Pública do DF com respeito. O objetivo é chamar a atenção da opinião pública para a “realidade” da segurança da Capital Federal. Se a conjuntura permanecer como está, não teremos condições de atender aos grandes eventos que estão programados, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo”.
Já o Secretário Wellington Luiz parabenizou a todos pelo movimento: “Somente por meio da mobilização vamos alcançar nossos objetivos e se hoje o Brasil dá certo, é devido a seus homens e mulheres que se dedicam ao país. Merecemos ser respeitados e faremos o que for preciso para sermos ouvidos. É vergonhoso o governo não valorizar seus servidores. Nunca na história do país observamos tamanho descaso com os trabalhadores”, disse.
Logo depois dos discursos de protestos, os servidores das carreiras essenciais ao Estado saíram em grande passeata até o Palácio do Planalto, com a participação de vários policiais civis, onde encerraram a manifestação.
O Sinpol agradece a todos os policiais sindicalizados pela participação no movimento, em que demonstraram união e força, agradecimento especial aos policiais lotados e os que reforçaram os plantões das delegacias: 5º DP, 13º DP, 21ºDP, 33ºDP e DCA’s I e II, pelo empenho e dedicação e que contribuíram trabalhando, para que a Operação Realidade se tornasse um sucesso.
O Sinpol alerta para que os Policiais Civis permaneçam mobilizados e atentos às convocações da entidade.
“Nossa vitória será proporcional a nossa luta”.