Da Veja

Temer já estuda punir parlamentares da base que não votarem com o governo

Apesar da pressão do governo, partidos da base aliada resistem em fechar questão a favor da Reforma da Previdência. Por enquanto, apenas lideranças do PMDB e PP afirmaram que devem adotar uma medida para garantir os votos necessários à aprovação da proposta na Câmara. Já PSB, SD e PROS, apesar de serem da base, devem votar contra. Diante dos vários sinais de rebelião no Congresso Nacional, o Palácio do Planalto escalou os ministros para pressionar os deputados dos seus partidos a votar a favor da reforma, sob o risco de perder seus cargos no governo.

Não é à toa que a situação preocupa o governo Temer. Até mesmo aliados de primeira ordem, como o PSDB e o DEM, declararam não estar dispostos a obrigar suas bancadas a votar fechadas com a proposta. No jargão político, o termo “fechar questão” é usado quando a legenda adota posição única sobre como cada um deve votar. O parlamentar que desrespeitar a ordem corre o risco de punição. Essa também é a posição do PSD, PR, PTB e PV. Já integrantes do PRB, PPS, PTN e PSC disseram que ainda iriam discutir o assunto, em reuniões que devem acontecer nas próximas semanas, mas a sinalização inicial é de que não devem impor um posicionamento a seus parlamentares.

Sem cargos

Nesta quinta-feira, após um evento no Itamaraty de comemoração ao Dia do Diplomata, Michel Temer declarou que “vai avaliar” uma punição aos os parlamentares dos partidos da base aliada que votarem contra a reforma — se eles poderão perder seus cargos. Questionado se a base pode perder cargos, se votar contra, primeiramente Temer respondeu: “Espero que não”. Diante da insistência de repórteres, disse: “Não sei. Nós vamos examinar no futuro”. Temer também minimizou traição de partidos como PSB e PRB na votação nesta semana da urgência da reforma trabalhista na terça-feira.

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