Representantes e chefes votaram por mobilizações na CLDF (Fotos: Licas Ribeiro/Sinpol-DF)

Da Comunicação Sinpol-DF

Reunidos na tarde desta sexta, 17, a diretoria do Sinpol-DF, os representantes sindicais e os chefes de seção de diversas unidades da PCDF discutiram sobre como se dará a retomada das mobilizações na luta empreendida pela categoria em prol da manutenção da isonomia com a Polícia Federal (PF).

O presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, começou a reunião fazendo uma breve explanação sobre a última semana, que teve como foco a mobilização da categoria em torno das ações na CLDF.

Na última terça, 14, os deputados distritais voltaram a manifestar apoio ao pleito dos policiais civis obstruindo a pauta de votação da Câmara Legislativa do DF até que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) retome as negociações e apresente, definitivamente, uma proposta.

A reação dos parlamentares veio depois de uma assembleia do Sinpol-DF na CLDF. Ainda naquele dia, Rollemberg chegou a anunciar que se reuniria com o Sinpol-DF e demais entidades na quinta, 16, mas recuou horas depois desmarcando a reunião já agendada.

Gaúcho responsabilizou o governador pelo trancamento na pauta na Câmara Legislativa

O governador colocou como condição para voltar a receber os dirigentes das entidades que representam os cargos da Polícia Civil do DF (PCDF), justamente, a desobstrução da pauta.

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CLDF

O imbróglio exigirá que o Sindicato e a categoria permaneçam com o foco voltado para a Câmara Legislativa, segundo Rodrigo Franco “Gaúcho”, presidente do Sinpol-DF. “Temos que perseverar nessa estratégia. Temos que voltar à CLDF com muito mais policiais. É preciso que o governador se posicione e nos chame para uma reunião já com uma proposta. Não queremos só conversar” defendeu.

Para Gaúcho, a responsabilidade pelo trancamento da pauta é do próprio governador pois ele voltou atrás no compromisso com a categoria e com os deputados distritais quando prometeu que apresentaria uma proposta à categoria em 24 de fevereiro – mas, na mesma data, cancelou a reunião prometendo um novo encontro após o carnaval, mas não se manifestou mais para reagendá-lo.

Nesse ponto, o consenso é de que é preciso permanecer ocupando as galeria do plenário da CLDF. Por isso foi deliberado, por ampla maioria dos votos entre os representantes sindicais e chefes de seção, que o Sindicato convocará a categoria para comparecer à Câmara Legislativa nos dias em que haverá sessão em plenário e votação. Provavelmente esses dias serão na terça, 21, quarta, 22 e na quinta, 23.

Caso o cenário mude naqueles dois primeiros dias, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) pode ser convocada para a quinta, em local fechado, onde serão deliberadas as próximas ações da categoria.

PCDF LEGAL

Aprimoramento da PCDF Legal foi consenso entre os participantes

Entre os que compareceram à reunião, também é consenso a necessidade de aprimoramento da “Operação PCDF Legal”.

Um dos caminhos para isso é fortalecer a atuação do Sinpol-DF nas bases, sobretudo com visitas e acompanhamento direto nas delegacias onde os policiais civis são mais assediados a descumprirem as diretrizes do movimento – e denunciar os casos de desvio de função e assédio moral, principais barreiras que a operação visa quebrar.

A tese foi defendida tanto pela diretoria como pelos representantes sindicais e chefes de seção presentes. No entanto, Gaúcho frisou que a responsabilidade do sucesso da “PCDF Legal” é dividida entre a diretoria e a categoria.

“Não podemos abandonar a “PCDF Legal”. Não podemos continuar a fazer um trabalho que não é nosso, enquanto nossas atribuições de nível superior estão engavetadas. Se abandonarmos o caminho que estamos seguindo na busca por atribuições e salários de nível superior, vamos continuar entregando intimação, dirigindo viatura e obedecendo como simples auxiliares”, assegurou o presidente do Sinpol-DF.

PROPOSTAS

Outra via de atuação, ainda dentro da “PCDF Legal”, é fortalecer a figura dos representantes sindicais – principais figuras a sofrerem retaliações pelo engajamento na operação.

Neste aspecto, as discussões sobre as medidas a serem adotadas – administrativas e jurídicas – devem se aprofundar.

Os representantes sindicais fizeram, ainda, diversas sugestões de atuação do Sinpol-DF: paralisações temporárias, judicialização de todos os pleitos que não foram conquistados de maneira administrativa, atuação junto à mídia com o objetivo de conquistar o apoio da opinião pública, entre outros.

Houve, ainda, quem defendesse a adoção, pelo Sindicato, de uma postura menos incisiva e quem sugerisse, por outro lado, uma ação mais agressiva com a volta do boneco de forma pública.

Representantes discutiram sugestões, que serão levadas para AGE

Como não houve consenso em todos esses pontos, a discussão será levada à próxima AGE.

Ao fim do encontro, o presidente do Sinpol-DF voltou a defender que a categoria reforce a união neste momento, centrando as atenções nos pleitos, principalmente neste momento pós-eleitoral da entidade. “A eleição acabou. A categoria quer união, quer lutar em conjunto. E nós estamos dispostos a isso”, afirmou Gaúcho.

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