Para o sindicato, não há efetivo para abertura de uma Ceflag na 12ª (Foto: Paulo Cabral/Arquivo Sinpol-DF)

Da Comunicação Sinpol-DF

A partir desta quarta, 21, por decisão da Direção Geral (DG) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), 12ª Delegacia de Polícia (DP), localizada no centro de Taguatinga passa a funcionar também como Central de Flagrantes (Ceflag). O Sinpol-DF, no entanto, critica a decisão e denuncia a falta de condições para a mudança na unidade.

Ainda na manhã desta quarta, a diretoria do sindicato esteve na 12ª DP e constatou que havia apenas quatro agentes de polícia, um escrivão e um delegado para instalação e funcionamento do plantão. Entretanto, seriam necessários, pelo menos, mais três agentes, outro escrivão e mais um delegado.

Atualmente, a delegacia conta com um quadro defasado de apenas 59 policiais, quando deveria ter o mínimo de 100 para que a Ceflag, que, agora, abrange também os flagrantes da 17ª DP, em Taguatinga Norte e da 38ª, em Vicente Pires, pudesse funcionar.

 

Mesmo com reforma recente, unidade continua com instalações precárias (Fotos: Divulgação)

“Sem efetivo adequado, a instalação da centralizadora de flagrantes na unidade trará sérios prejuízos à investigação, uma vez que os servidores das seções de investigações terão que se revezar no atendimento ao plantão. Com isso haverá um atraso ainda maior nas investigações de todas as naturezas e nas prisões de suspeitos”, critica o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”.

“A delegacia é pequena e antiga. Apesar de ter sofrido uma reforma para a Olimpíada, não possui condições adequadas de receber uma grande demanda de atendimentos. No saguão do plantão não há mais do que 10 cadeiras disponíveis para as pessoas que aguardam para serem atendidas”, ressalta Gaúcho.

Estacionamento também não é suficiente para comportar o fluxo de uma Ceflag

A localização da unidade também traz dificuldades de estacionamento, uma vez que o terreno da delegacia é pequeno. Além de tudo isso, a carceragem da DP não comporta mais do que três pessoas – cela mede cerca de seis metros quadrados e não há um espaço separado para pessoas do sexo feminino.

Por dia, no entanto, a média é de cinco a dez presos em flagrante nesta região e, normalmente, os presos das Ceflags precisam aguardar até 24 horas pela remoção até a carceragem do complexo da PCDF.

Não há cela para mulheres nem espaço para a média diária de presos

REMANEJAMENTO

A central pretende cobrir os casos de flagrantes ocorridos em Taguatinga Centro, Taguatinga Norte e Vicente Pires – atendendo a uma população de cerca de 200 mil habitantes. Somente em Taguatinga Centro são registradas uma média de 15 mil ocorrências por ano e, com o registro dos flagrantes de três regiões, este número aumentará.

“Os casos de flagrante têm prioridade no atendimento e quem procurar a delegacia para o simples registro de extravio de documentos, por exemplo, poderá aguardar por várias horas, em razão do baixo efetivo”, analisa Gaúcho.

O Sinpol-DF lembra também que não é possível ampliar o número de delegacias e Ceflags ou estender o horário de atendimento sem a devida reposição de pessoal. Para a implantação da nova Ceflag, por exemplo, será necessário o remanejamento de outras delegacias.

Área de espera é suficiente para somente dez pessoas

É o caso da 15ª DP, que já conta com número reduzido de policiais e terá que ceder dois escrivães e um agente de polícia para a nova centralizadora – o que vai gerar mais atraso nos inquéritos e nas prisões de Ceilândia Centro.

“A abertura dessa Ceflag demonstra a falta de planejamento na atual gestão da PCDF e a forma como as coisas têm funcionado de improviso, prejudicando a população no atendimento primário e principalmente no que tange à atividade fim da PCDF, a investigação”, finaliza Gaúcho.

DESVALORIZAÇÃO

Diretoria do sindicato constatou a inadequação do local para que funcione como Ceflag

Os profissionais da unidade questionam a falta de condições mínimas de segurança para todos que trabalham e fazem uso dos serviços da delegacia, mas também o fato de a decisão ocorrer em plena semana de Natal.

“Os policiais que estavam no expediente e já tinham se programado para tirarem seus recessos de final de ano, vêm seus planos todos modificados sem a mínima consideração e respeito”, critica Paulo Sousa, secretário-geral do Sinpol-DF. “Esperamos que a direção da PCDF, tenha bom senso e reveja essa decisão”, conclui.

selo-28anos-rodape-site

Filiação