Ato no Complexo da PCDF - 29.09.16

Da Comunicação Sinpol-DF

Pelo menos dois mil policiais civis atenderam à convocação do Sinpol-DF para a manifestação realizada na tarde desta quinta, 29, no Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

O ato foi realizado em conjunto com o Sindepo-DF para cobrar do diretor-geral, Eric Seba, um posicionamento favorável à categoria e exigir que ele dê andamento a pleitos que estão, há meses, sobre sua mesa.

Sobretudo, o grupo reivindicou que Seba não revogue a decisão administrativa da PCDF que readequou o horário de funcionamento das delegacias circunscricionais devido ao déficit no efetivo.

A manifestação foi iniciada com uma caminhada que passou pelo Departamento de Polícia Especializada e pelos institutos de Identificação, Criminalística e Médico Legal, quando o grupo inicial – com gritos de ordem e um apitaço – atraiu mais policiais civis para se juntarem à multidão.

DESVALORIZAÇÃO

“Não podemos mais trabalhar além da possibilidade. Cada policial civil vinha trabalhando por dois ou por três, sem compensação de horário, banco de horas ou hora extra. Mas, quando precisamos de valorização o governo nos virou as costas. Por isso, mudamos a nossa postura: vamos trabalhar dentro das condições em que nos colocam”, disse o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”.

Ele reiterou que desde o início da atual gestão do sindicato, há dois anos e quatro meses, a diretoria vem denunciando “todas as mazelas” que e categoria vem sofrido, principalmente as consequências do déficit no efetivo – hoje em 50%.

“O governo, contudo, adotou outras prioridades e usou o dinheiro do Fundo Constitucional, que é para a Segurança Pública, em outras áreas. E isso tem resultado no sucateamento da Polícia Civil”, acrescentou Gaúcho.

CRIMINALIDADE

O posicionamento do presidente do Sinpol foi seguido pelo presidente em exercício do Sindepo, Rafael Sampaio. Para ele, a postura do governador Rodrigo Rollemberg demonstra que ele “quer acabar com a Polícia Civil”.

“Não vamos permitir isso. Vamos lutar até o fim porque esse governo não vai nos fazer de palhaço. Vamos mostrar o nosso valor e a importância da Polícia Civil. A irresponsabilidade do governador está a amargar sociedade a com altíssimos índices de criminalidade”, ressaltou Rafael.

Ambos os dirigentes sindicais também elogiaram a categoria pelo engajamento na manifestação. Gaúcho conclamou os policiais civis a também se manterem firmes na “PCDF Legal”, operação iniciada há quase três meses.

“Estamos nesse período cumprindo estritamente o que a lei manda e, assim, temos demonstrado a importância do nosso trabalho e o sacrifício que estávamos fazendo. A PCDF Legal mostra que a Polícia Militar, sozinha, não resolve nada. O que mantém o criminoso na cadeia é a prova robusta, dentro do inquérito policial, trabalho realizado por todos os cargos da Polícia Civil”, acrescentou o presidente do Sinpol-DF.

MOBILIZAÇÃO

A união da categoria deu o tom, também, da manifestação de outros diretores do sindicato. Marcos Campos, diretor de Administração e Planejamento do Sinpol-DF, defendeu que a categoria vive um momento crucial para se manifestar contra a inércia do GDF.

“É a hora de estarmos lado a lado. É inadmissível que esse governo nos trate com tamanho descaso e nos vire as costas. Sempre fomos dedicados e, na hora do reconhecimento, temos esse descaso com a nossa categoria. Esse protesto mostra a nossa imensa insatisfação. E se é isso o que o governador quer, é o que ele vai ter”, afirmou Marcos.

Fernando Ferreira, diretor de Políticas Sindicais adjunto, conclamou os colegas a manterem-se firmes na mobilização. “Não podemos titubear. O governo quer nos deixar, e as nossas famílias, à míngua. Temos que nos juntar à luta do sindicato. Temos que conseguir a isonomia, ou será o fim da Polícia Civil”, disse.

REUNIÃO

Quando o grupo chegou ao prédio da Direção Geral, uma comissão formada por diretores do Sinpol e do Sindepo foi recebida pelo diretor-geral-adjunto da PCDF. Cícero Vasconcelos.

Na conversa, os dois sindicatos voltaram a repetir as consequências do déficit no efetivo e demonstraram a preocupação com a possível revogação da ordem que readequou o funcionamento das delegacias circunscricionais.

“Deixamos claro que, caso haja esse retrocesso estaremos na ilegalidade”, informou Gaúcho. Cícero se comprometeu a repassar a Eric Seba as informações levadas pelos sindicatos e a tentar agendar com o próprio diretor-geral uma reunião na segunda, 3, quando o assunto será discutido.

“Essa luta é muito dura. A resistência e intransigência desse governo nós nunca vimos igual. Demos uma demonstração de grande união; de que vamos continuar nessa luta até a vitória”, concluiu Gaúcho.

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