18º Dia de Greve - Assembleia no Buriti - Paulo Cabral (33)
O presidente do Sinpol-DF leu para os policiais a mensagem enviada pelo secretário Marcos Dantas (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

Além de mantida, a greve iniciada pelos policiais civis do Distrito Federal há 18 dias será radicalizada a partir das 8h de segunda, 21, por 72 horas.

Nesse período, não serão realizados quaisquer procedimentos, mesmo os de flagrante, exceto em crimes de homicídio, latrocínio, casos referentes à Lei Maria da Penha, estupro e roubo com restrição de liberdade.

Os peritos papiloscopistas também não atenderão às Ordens de Missão relacionadas aos eventos que envolvam as ações do Identidade Solidária, que promovem emissão de carteiras de identidade em algumas comunidades aos finais de semana.

Todas essas decisões foram deliberadas na assembleia que o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) realizou na tarde desta sexta, 18, em frente ao Palácio do Buriti.

Veja vídeo da TV Sinpol-DF:

 

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Os depuatdos distritais Cláudio Abrantes e Wasny de Roure compareceram à assembleia

A Cartilha de Greve já possui essa última alteração. Na segunda, entretanto, o Sinpol-DF lançará uma cartilha específica com vigência entre os dias 21 a 24.

A intensificação da greve é uma resposta à falta de um posicionamento claro do Governo do Distrito Federal (GDF) sobre os pleitos da categoria.

SEM PROPOSTA

A resposta enviada pelo governador Rodrigo Rollemberg, por meio do secretário de Relações Institucionais e Sociais Marcos Dantas, conforme prometido na reunião com a diretoria do Sinpol-DF na última quinta, 17, não agradou aos policiais civis: o GDF apenas sugeriu a criação de um Grupo de Trabalho para debater as reivindicações.

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Para o vice-presidente Renato Rincon, o GDF está “inviabilizando a Polícia Civil”

O documento foi lido aos policiais pelo presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco, o Gaúcho. “Não há horizonte. Eu, pessoalmente, não enxergo. Houve apenas um grande avanço, pois o governo nos recebeu. De prático, contudo, muito pouco”, avalia.

O primeiro vice-presidente do sindicato, Renato Rincon, também teceu críticas ao documento. “Não é fácil sair de uma reunião com uma resposta dessas. Esse documento é evasivo. Não podemos retroceder sem uma ação mais efetiva”, acrescenta.

Cláudio Abrantes e Wasny de Roure, deputados distritais, também compareceram à assembleia. Cláudio elogiou a união dos policiais em torno da greve, aspecto que considera “essencial para uma vitória”.

Embora tenha dito que a atitude do governador em receber a diretoria deve ser reconhecida, ele manifestou decepção com a resposta enviada. “Deveria ter vindo um gesto mais firme, mais forte, onde se manifestasse a favor da paridade entre a Polícia Civil e a Polícia Federal. Esse gesto não é suficiente”, analisa.

FUNDO CONSTITUCIONAL

O presidente do Sinpol-DF voltou a criticar o GDF pela maneira que vem aplicando os recursos do Fundo Constitucional, desvirtuando o uso dele. Gaúcho reiterou que sugeriu ao governador um aditamento à proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias enviada à Câmara Legislativa na qual haja um remanejamento de verbas aumentado o valor destinado à PCDF em 15%, para garantir um reajuste salarial dos policiais em 2016.

“A Polícia Civil continua sendo prejudicada. O que colocaram como previsão para o ano que vem responde, apenas, à progressão funcional. Isso se resume a quase nada”, acrescenta.

O vice-presidente do sindicato, Renato Rincon, fez coro às palavras de Gaúcho. Ele apresentou uma planilha cedida pelo deputado distrital Wasny de Roure, que deixa claro o privilégio que o GDF está dando à Polícia Militar.

Para Rincon, o governo está “inviabilizando a Polícia Civil”. “Não podemos aceitar isso como se estivéssemos em uma situação confortável. Priorizar apenas o policiamento ostensivo é uma visão miope da realidade”, analisa.

O deputado Wasny também utilizou os dados para confirmar que o uso do Fundo Constitucional, embora aplicado à Segurança Pública, vem privilegiando outras áreas. “A distribuição nas três áreas é nitidamente distinta”, explica. Ele disse, porém, que é preciso manter o diálogo. “Não existe greve sem negociação. É um processo difícil, trabalhoso”, pondera.

UNIÃO DOS POLICIAIS

Com o fim das votações, Gaúcho voltou a convocar os policiais civis a manter a união nos próximos dias. “Temos permanecido fortes no nosso propósito. Ao longo desses 18 dias nós conseguimos resgatar coisas muito importantes: nossa autoestima e nossa união por uma luta que é justa e da qual o nosso futuro depende. É esse o foco que devemos ter”, afirma.

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