Do Jornal de Brasília

Bandidos tiveram êxito em 70% dos arrombamentos a caixas eletrônicos registrados neste ano no Distrito Federal. Foi retirado dinheiro em 21 das 30 ocorrências registradas pelos órgãos de segurança, com montantes que variam entre R$ 2 mil e R$ 208 mil. Nesta semana, em três dias, terminais em Sobradinho, no Gama e em Samambaia foram alvo de criminosos. A suspeita é de que duas organizações criminosas estejam agindo na capital.

A região com mais ocorrências é o Plano Piloto, com oito casos. Em seguida está o SIA.

Na madrugada de ontem, moradores da Quadra 7 de Sobradinho foram acordados com o barulho da explosão de quatro caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil. Explosivos foram depositados em apenas um terminal, mas o impacto atingiu outros três. Acionado, o esquadrão anti-bombas analisou uma mochila deixada na agência, mas não foram encontrados explosivos não deflagrados. Não foi informada a quantia levada pelos criminosos.

ALAVANCA

Na terça-feira, o alvo foi um equipamento do Banco 24 horas localizado no supermercado Bella Via, na DF-001, no Gama. Uma alavanca, possivelmente usada para a prática do crime, foi encontrada e apreendida. Na segunda, o ataque foi a uma agência da Caixa Econômica da Quadra 116 de Samambaia Sul.

O crime ocorreu por volta das 4h e o sistema antirroubo do banco teria sido acionado antes mesmo de uma explosão. Não foram identificados suspeitos de nenhum dos casos. Para a Polícia Civil, pode haver uma nova organização criminosa especializada nesse tipo de crime.

TAXA DE ÊXITO ALTA

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social, 30 ocorrências foram registradas até o dia 21 de novembro deste ano. Foram 26 furtos, sendo 19 consumados e sete tentados, e quatro roubos. Em todos os casos, os autores utilizaram explosivos, maçaricos ou outros meios de arrombamentos.

A região com mais ocorrências foi o Plano Piloto, com oito casos no total. Destes, sete foram furtos — sendo cinco consumados e dois tentados — e um de roubo consumado. A segunda região com mais registros é o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), com quatro casos de furto consumado.

ESTRATÉGIA DA POLÍCIA

Em todo o ano de 2015, foram registradas 30 ocorrências de furto em caixas eletrônicos, sendo que em 17 foi retirado algum montante dos terminais. De roubo, foram 15 ocorrências: cinco tentados e dez consumados. Em 2014, foram nove furtos consumados e três tentados.

A Secretaria de Segurança diz elaborar um estudo mensal que indica dias, horários e locais de maior incidência dos crimes. A intenção é “coibir a atuação de criminosos por meio da elaboração de estratégias de atuação: a Polícia Militar, no que diz respeito ao policiamento ostensivo, e a Polícia Civil, na investigação e na tentativa de desarticular quadrilhas especializadas”. A pasta lembra, ainda, que a Operação Redução dos Índices de Criminalidade (RIC) reforça o policiamento em todas as regiões do DF, por meio do remanejamento de policiais das áreas administrativas para as ruas.

A Federação Brasileira de Bancos diz acompanhar os ataques com “extrema preocupação”. “Nesses assaltos e arrombamentos, os criminosos usam força desproporcional, com armamentos pesados, de elevado poder de destruição. A ação de segurança necessária para fazer frente à violência empregada está fora de alcance das instituições privadas”, considera a entidade, que vê como necessidade combater as causas dos crimes impedindo acesso a explosivos, desbaratando as quadrilhas e dificultando o acesso ao produto do crime.

A federação afirma que houve, em 2015, investimento de R$ 9 bilhões no aprimoramento da segurança bancária e cooperação intensa com as autoridades encarregadas da segurança pública. Há parceria com governos, polícias e com o Poder Judiciário no combate à criminalidade. No ano passado, foram 393 assaltos e tentativas de assaltos no Brasil.

“ESTAMOS FALANDO DE PROFISSIONAIS”

Atualmente, a Polícia Civil investiga a atuação de duas novas quadrilhas no Distrito Federal. Os grupos, no entanto, também são formados por criminosos de outros estados, conforme ressaltou o titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), Fernando César Costa.

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