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As férias se aproximam, e é nessa hora que os ladrões de casas  aproveitam para agir. O aparente abandono da residência é um prato cheio para os bandidos. Ontem, a polícia prendeu um grupo supostamente especializado em assaltar imóveis nos lagos Sul e Norte. Eles foram detidos no Areal.

A quadrilha é suspeita de roubar residências e carros de luxo. Ao todo, três homens foram detidos  e um menor foi apreendido. Com o bando, a polícia encontrou uma pistola 380 e um revólver calibre 38, 17 quilos de maconha, além de munição. Também foram localizados três automóveis tomados em assalto, televisões, celulares, bolsas e R$ 4 mil.

A prisão e a identificação dos integrantes são resultado de uma operação conjunta entre as delegacias do DF e a Polícia Militar. Parte do grupo foi encontrada na QS 11, no Areal, em Águas Claras.   Os suspeitos informaram aos policias o endereço dos produtos roubados, na Quadra 125 de Samambaia. Ali, autuaram o terceiro envolvido com mais acessórios roubados  – entre eles televisão, bolsas, notebooks e eletrônicos – e  três carros, que teriam sido roubados há algumas semanas.

De acordo com as investigações, a quadrilha costumava agir de forma violenta contra as vítimas. Testemunhas relataram à polícia que  o menor era considerado um dos mais agressivos durante os crimes. “Ele também cometeu crimes sexuais contra uma das filhas do proprietário do imóvel”, relata a polícia.

A quadrilha era formada por jovens, segundo a polícia. Dois dos suspeitos têm 19 anos. Os outros têm 17 e 18. Existe a suspeita de que eles estejam envolvidos em pelo menos mais dois roubos.

Pena

Os integrantes da quadrilha vão responder por associação criminosa, roubo qualificado e tráfico de drogas. A polícia divulgou o nome dos suspeitos José Nério dos Santos Teixeira, 19, e Victor Antônio Oliveira Lisboa, 19.

Moradores redobram cuidados

Para tentar garantir a segurança, moradores dos lagos Sul e Norte têm investido em equipamentos de proteção nas residências. Por ali, é comum encontrar casas com muros altos e acessórios como cerca elétrica, câmera e alarmes.

O empresário Nivaldo Borges Júnior, 54 anos, morador do Lago Sul, afirma que prefere não arriscar. “Antigamente, apenas moradores e funcionários transitavam aqui. Agora, aqui é uma via de ligação para todos os lados do DF. Para evitar a ação de bandidos, na minha casa há cerca elétrica, alarme e cachorros”, afirma.

Já a moradora do Lago Norte  Margarida Romero, 66 anos, diz que, apesar de a região ser segura, não abre mão de alguns cuidados especiais. “Meus dois cachorros ficam sempre soltos. Se alguém sair de casa, avisa o outro. Se escuto barulho, ligo para o meu filho e sempre deixo as luzes acesas. Além disso, temos um vigia na rua que acompanha os moradores na entrada e na saída”, conta.

Para  Giorgeo Parca, 69 anos, o nível de segurança tem piorado. “Não estamos seguros, antes era muito tranquilo. Tenho três cachorros que me protegem, mas estou pensando em colocar alarme e cerca elétrica na minha casa”, afirma.

Criminosos esperam oportunidade

Para proteger a residência nesta época do ano, algumas medidas podem fazer a diferença. É o que explica o delegado-chefe da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Para ele,  é importante nunca deixar a casa vazia, pois os criminosos se aproveitam da vulnerabilidade para cometer os delitos.

Outro mecanismo importante, indica ele, é a instalação de um sistemas de segurança, como cerca elétrica, alarme e câmera. “São barreiras que dificultam a ação do criminoso. Esses instrumentos são importantes para inibir a ação dos bandidos”, explica.

Correspondências

De acordo com o delegado, se a casa ficar muito tempo sem a presença dos proprietários, as correspondências podem acumular e chamar a atenção dos criminosos. Para evitar que isso aconteça, ele aconselha que o morador peça a um vizinho que recolha as entregas.

 O titular da   10ª DP explica que dentro do universo de roubos a residências  há basicamente dois perfis de ladrões: o que prefere se arriscar e o que não. Os que preferem as casas vazias estão no segundo grupo.

“A pessoa que furta uma residência vazia deseja encontrar o local sem ninguém. Esse tipo de criminoso não gosta de confronto”, afirma.  “O assaltante, por sua vez, atua no descuido das pessoas. Ele acompanha a vítima e age na oportunidade”, explica.

Até novembro, foram 3,8 mil furtos no DF
De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), a quantidade de furtos no DF diminuiu. Já a quantidade de roubos aumentou, com um caso registrado a mais. Segundo a pasta, entre os meses de janeiro a novembro deste ano, foram contabilizados 517 roubos, contra 516 no ano anterior. Em relação a furtos no mesmo período, houve uma diminuição de 6,62%. Neste ano, foram registrados 3.838 mil, contra 4.110 em 2013.
Áreas nobres
O levantamento mostrou que os registros de roubo e furto a residências nos lagos Sul e  Norte apresentaram queda. No período de janeiro a novembro deste ano, foram registrados  75 furtos no Lago Norte, contra 112 em 2013. Já os casos de roubos foram contabilizados 11, dois a menos em relação ao mesmo período do ano anterior.
 No Lago Sul, houve 90 casos de furto, contra 113 em 2013. Os roubos também apresentaram redução: 16 neste ano e 20 no ano anterior.
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