A esposa de Rodrigo é agente de polícia e também estava na operação (Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS)

Com informações do Ugeirm e do Zero Hora

O escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira foi morto na manhã desta sexta, 23, durante uma operação contra o tráfico de drogas em Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre (RS).

Rodrigo era chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí e chegou a ser socorrido pelos colegas, que o levaram a um hospital, mas não resistiu.

A esposa dele, Raquel Biscaglia, agente de polícia, também participava da operação e presenciou a morte trágica do companheiro.

Em uma nota, o Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm) lamentou a perda do colega. “Neste momento, vários sentimentos vêm à tona, porém, a principal preocupação deve ser prestarmos toda solidariedade e apoio à família do colega Rodrigo, em particular à sua esposa, a policial Raquel Biscaglia, que, assim como Rodrigo, estava cumprindo o seu dever de combater a violência e oferecer proteção à população”, informa o texto.

Quase um ano atrás, outro policial civil do RS, o agente de polícia Valdeci Machado, também morreu quando perseguia um bandido.

“Rodrigo Wilsen é vítima dessa situação, que desvaloriza o trabalho policial, desmonta as condições de trabalho, faz os agentes de polícia trabalharem de carcereiros nas delegacias, além de atrasar os salários. Os policiais são submetidos a jornadas extensas, com a participação quase diária em operações, em uma escala quase industrial. Convenhamos que isso, em se tratando do trabalho policial, é algo muito perigoso e merece ser melhor avaliado dentro de uma política de segurança pública”, acrescenta a entidade, no comunicado divulgado.

HOMENAGEM E PROTESTO

Para prestar solidariedade ao colega de farda, os policiais civis realizarão uma manifestação ainda na tarde desta sexta. O ato também servirá de protesto contra as condições de trabalho na Polícia Civil do RS. Haverá uma carreata até o Palácio da Polícia, em Porto Alegre, onde, por três minutos, ocorrerá um sirenaço. De lá, o grupo seguirá para o velório do escrivão.

Ainda de acordo com o Ugeirm, as delegacias do interior fecharão as portas e também realizarão um sirenaço. Além dessa homenagem, os policiais civis suspenderão todas as operações durante sete dias, como forma de marcar o luto pela morte de Rodrigo Wilsen.

O presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, esclarece que “a suspensão da participação nas operações policiais por sete dias, é uma forma de demonstrarmos para a sociedade gaúcha nosso luto pela morte do colega Rodrigo Wilsen. Não podemos deixar que a morte do colega Rodrigo caia no esquecimento. Quando o Valdeci foi morto, toda a sociedade gaúcha se comoveu, porém, nenhuma atitude foi tomada pelo governo para combater as causas daquela tragédia. Agora, não podemos esperar que mais um colega seja morto durante o cumprimento do seu dever, para cobrarmos atitudes concretas do governo do estado. Vamos exigir medidas concretas para que não se banalize a morte de policiais, como, infelizmente, acontece no Rio de Janeiro. O ataque à vida de um policial é um ataque a toda a sociedade e dessa forma deve ser tratada”.

O Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) manifesta sua consternação pela perda do colega e se solidariza com a família, demais parentes e amigos do escrivão Rodrigo Wilsen.

A perda de um profissional de Segurança Pública, ainda em atividade, no pleno vigor físico e intelectual e pai de família, causa um sentimento de dor imensurável que atinge a todos os policiais civis.

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