(Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)
Manifestação ocorreu na tarde desta sexta, 21 (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

Da Comunicação Sinpol-DF

A exoneração nesta sexta, 21, de um grupo de delegados que se opunha à reabertura do plantão e à expansão no horário de atendimento das Delegacias de Polícia (DPs) gerou uma forte reação dos policiais civis contra o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Eric Seba.

Isso porque a seletividade da medida foi interpretada como uma retaliação à mobilização em prol da manutenção com a isonomia da PCDF com a Polícia Federal, pois, há quase três meses, todos os cargos de chefia das DPs, Institutos e departamentos da instituição foram entregues; até hoje, nenhuma dessas exonerações foi publicada.

Parte dos policiais civis que compareceu ao ato se concentrou no gabinete de Seba
Parte dos policiais civis que compareceu ao ato se concentrou no gabinete de Seba

Além de uma nota com críticas duras à postura do diretor-geral lançada pelo presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco “Gaúcho”, o sindicato convocou a categoria para uma manifestação no Complexo da PCDF.

“Não podemos aceitar exonerações seletivas. Ou exonera todos, ou ninguém. Essa decisão do diretor-geral favoreceu o governo. Não vamos aceitar que a instituição seja manchada e humilhada por esse governo. A direção da Polícia não pode contribuir com isso”, lamentou Gaúcho.

PROTESTO

Durante a manifestação, os policiais civis cobraram a exoneração imediata de todos os que entregaram as chefias – ou o recuo nas exonerações publicadas nesta sexta.

Gaúcho
Gaúcho disse que a diretoria também espera posicionamento do Sindepo-DF sobre a mobilização

O grupo se dividiu e uma parte fez campana no gabinete de Seba por quase duas horas, até que ele recebesse um grupo de diretores do Sinpol-DF, representantes da categoria, para discutir o assunto.

Durante a conversa, Eric Seba disse discordar da maneira como os policiais civis fizeram a manifestação nesta sexta, principalmente no gabinete. Por outro lado, afirmou que “os atos praticados hoje não são irreversíveis, nem mesmo o ato que determina a reabertura [do plantão] das delegacias. Tudo poderá ser revisto”.

Quando cobrado pelos diretores do Sinpol-DF sobre um posicionamento de defesa da categoria, Seba relatou ter exposto ao governador Rodrigo Rollemberg todas as medidas necessárias para que a PCDF volte à normalidade.

Eric Seba recebeu a diretoria do Sinpol-DF e disse que pode reconsiderar as exonerações
Eric Seba recebeu a diretoria do Sinpol-DF e disse que pode reconsiderar as exonerações

Ele voltou a ser cobrado sobre a permanência no cargo e um gesto mais contundente de apoio à categoria, mas disse apenas que teria uma reunião ainda nessa sexta com a equipe de governança do Governo do Distrito Federal (GDF), oportunidade em que vai expor como o clima de tensão se intensificou entre os policiais civis.

MOBILIZAÇÃO

Após a reunião, a categoria se reuniu em frente ao prédio da Direção Geral onde os diretores apresentaram um panorama da reunião. O presidente do Sinpol-DF reiterou que cobrou de Eric Seba um posicionamento a favor da categoria “que ele abraçou 32 anos atrás”.

“Até agora, o diretor tem sido uma decepção. Hoje foi mais uma. Nós não desistiremos da nossa luta, da manutenção da nossa paridade. E vamos combater quem quer que seja. A nossa luta é justa e nós não vamos abrir mão dela. De concreto, não ouvimos nada [dele]. Esperamos a hombridade e sabedoria de rever ainda hoje esse ato covarde”, bradou Gaúcho.

Ele disse, ainda, que o sindicato aguarda uma postura mais dura do Sindicado dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo-DF), principalmente se as categorias vão, de fato, caminhar juntas nesse movimento. “Esperamos ter uma resposta logo depois da assembleia que eles realizam agora”, afirmou.

PARALISAÇÃO

O secretário-geral Paulo Sousa disse que a entrega do cargo do diretor-geral fortaleceria a luta pela isonomia. “Ele precisa mostrar que não dá para administrar a PCDF se a paridade não for paga. Nenhum diretor que entre depois conseguirá mudar, enquanto a paridade não continuar garantida. Esperamos que ele não jogue fora sua história na Polícia por causa do cargo que ocupa. Os policiais estão sendo massacrados”, frisou.

Ao fim do ato, os diretores conclamaram os policiais a se agruparem nas delegacias e no Complexo da PCDF durante a paralisação de 48 horas que será deflagrada a partir das 8h de segunda, 24. “Convocamos todos a se juntar à paralisação. Será mais uma guerra a travar”, enfatizou.

 

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