Do G1

Uma entidade criada em Pernambuco e com atuação em todo o Brasil está traçando um perfil dos policiais mortos em serviço ou em decorrência da atividade policial. A Ordem dos Policiais do Brasil (OPB) lançou o “mortômetro”, uma espécie de placar eletrônico com os registros feitos em todo o território nacional. Nos três primeiros meses deste ano, o site da instituição marcou 88 crimes. Desse total, três ocorrências foram notificadas em municípios pernambucanos.

O “mortômetro” é apenas a primeira etapa do projeto. A princípio, a OPB planejava fazer um levantamento completo semestral das mortes dos policiais de seis corporações, bem como de bombeiros, guardas municipais e agentes de trânsito. Diante da explosão da criminalidade, nos últimos meses, no entanto, a entidade decidiu acelerar as ações para finalizar um documento de alerta, mesmo de forma parcial.

“Esta semana, aqui em Pernambuco, tivemos mais três casos de policiais mortos. Dois no Recife e um na Mata Sul. Ou seja, em pouco tempo dobramos as estatísticas do ano. Em janeiro, ocorreu, em média, uma morte por dia, no Brasil. Em fevereiro, foram duas, em média, no País. No próximo ‘mortômetro’, vamos mostrar o registro atualizado, com 140 óbitos. São dados computados até o dia 31 de março”, justificou o presidente da OPB, o policial rodoviário federal Frederico França.

A ideia da OPB é fazer um mapeamento completo com nome, idade, tempo de serviço, e circunstância da morte do agente de segurança pública. O material será entregue, no próximo mês, a representantes da Comissão de Direitos Humanos da Presidência da República, do Ministério Público Federal e do Ministério da Justiça.

França afirma que a ideia é cobrar das autoridades mudança das políticas públicas para amenizar essa mortalidade de agentes e PMs. “Precisamos observar a questão de treinamento, dos equipamentos e da qualidade de vida do agente de segurança pública. É preciso, com urgência, repensar a forma de combater o crime no Brasil”, comentou.

O presidente da entidade destaca que atualmente duas questões são muito críticas para quem atua na área de defesa a segurança pública: a baixa expectativa de vida e a vulnerabilidade diante das ameaças dos criminosos. “Nos Estados Unidos, por ano, morrem 50 policiais em atividade. Aqui, vivemos esse grave problema. A Polícia Rodoviária Federal começou a fazer um levantamento e mostrou que a expectativa de vida de um integrante da corporação é, no máximo, de 56 anos. Muito pouco para o Brasil”, comentou.

ESTATÍSTICAS

As estatísticas da OPB mostram que o Rio de Janeiro lidera as estatísticas de policiais mortos em serviço ou em decorrência da atividade policial. Este ano, já são 27 óbitos computados até 31 de março. O segundo lugar é de São Paulo, com 24. Minas Gerais fica em terceiro, com 12. No Nordeste, a liderança do ranking e do Ceará, com 7.

Entre as corporações, as Polícias Militares são as líderes nas estatísticas de perda de integrantes: 95 (em relação aos 140 da nova atualização), em todo o Brasil. Isso representa 67% do total de crimes. As Polícias Civis aparecem em segundo lugar, com 19 óbitos, ou 13% do total.

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