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Problema foi descoberto na sexta, 22, durante a limpeza da caixa d’água da delegacia (Fotos: Paulo Cabral/Sinpol-DF)

Os policiais civis lotados na 21ª Delegacia de Polícia (DP), em Taguatinga Sul, receberam nesta segunda, 25, mais 25 caixas com copos de água mineral entregues pela diretoria do Sinpol-DF. A medida visa evitar que os servidores lotados naquela unidade consumam a água do prédio, que pode estar contaminada.

O problema foi descoberto na última sexta, 22, quando a caixa d’água passou por uma limpeza. De acordo com policiais civis que trabalhavam na delegacia durante o procedimento, realizado pela equipe de serviços gerais da Divisão de Apoio e Serviços Gerais (DASG) da Polícia Civil do DF (PCDF), foi constatado que havia uma camada de sujeira com cerca de 30 centímetros de altura, revelando uma situação de risco à saúde pública até então desconhecida.

Enquanto o serviço era executado, o forte odor de esgoto tomou conta de todo o ambiente. A crosta no interior da caixa era formada principalmente por fezes de pombos. Além da cor escura da água, a quantidade de baratas no local também impressionou.

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Além da entrega no domingo, 24, o sindicato voltou a fornecer água mineral nesta segunda, 25

Diante da situação clara de risco à saúde – pois suspeita-se que a tubulação também tenha acumulado aquela sujeita –, os servidores deixaram de utilizar os bebedouros e torneiras do prédio, interditando-os. O registro geral ficou fechado durante o fim de semana – ele foi aberto em alguns momentos apenas para acionar a descarga dos sanitários.

DESCASO

Por telefone, um dos profissionais lotados na 21ª DP externou a insatisfação com o descaso da Polícia Civil do DF (PCDF). “Apesar de haver um calendário de limpeza anual da caixa d’água e de esse serviço estar em dia, acredito que, provavelmente, as últimas limpezas tenham sido feitas de maneira inadequada para que uma situação tão absurda assim tenha sido encontrada agora. É preciso que o prazo entre as manutenções seja mais curto (de seis em seis meses) e que elas sejam melhor fiscalizadas, pois é um risco à saúde de todos nós”, sugere.

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Bebedouros e banheiros foram interditados por precaução, pois suspeita-se que a tubulação pode estar suja

Segundo ele, diante da gravidade do problema, o que os policiais civis esperavam era a interdição da unidade. “A Ceflag atende outras seis delegacias, então é muita gente para ser recebida em um local sem água ou com água podre”, opina, acrescentando que ratos, baratas e mosquitos também são comuns no local.

“A situação só foi exposta agora, mas nós vínhamos usando essa água há bastante tempo. Os policiais, o pessoal da limpeza, os presos e até a população consumiu essa sujeira, já que aqui também tem banheiro e bebedouro público”, ressalta outro agente de polícia sob anonimato.

Para um terceiro policial também lotado na unidade que não quis ser identificado, há apenas uma justificativa para que a delegacia não seja interditada: “é preciso que seja realizado um serviço ainda mais completo de limpeza, e que a Vigilância Sanitária realize uma análise para garantir que toda a água não esteja mais contaminada”, sugere.

“Água é fundamental para a gente sobreviver, mas como o problema não era visível acabou crescendo sem nenhuma intervenção”, analisa. “Alguma coisa deve ser feita, pois não é só a que a gente bebe; também é incabível lavar a mão ou escovar os dentes com água suja”, acrescenta.

Marcao com Dr. Alexandre e Ivaldo - Paulo Cabral (8) - Copia
Marcos Campos, diretor do Sinpol-DF, conversou com o delegado-chefe e com o chefe da DASG

Além dos policiais, a população também está sendo afetada, pois a 21ª DP funciona como Central de Flagrantes (Ceflag) e, constantemente, um grande número de pessoas passa por ela, além de cerca de 30 presos por dia.

APOIO

O Sinpol-DF decidiu levar água para os policiais tão logo soube do problema, com o intuito de garantir que nenhum deles corresse o risco de desidratação e para evitar que eles continuassem comprando do próprio bolso, como ocorreu no final de semana, onde os policiais se cotizaram para comprar água.

Até a atuação do sindicato, entretanto, não houve qualquer outra ação por parte da PCDF que pudesse minimizar os efeitos da falta de água na unidade e evitar o desconforto dos policiais civis.

O primeiro lote de água mineral foi entregue no domingo, 24, pelo diretor de Relações Sindicais adjunto, Fernando Ferreira, o Fernandão. Veja no vídeo abaixo o que ele disse sobre a situação da delegacia.

Nesta segunda, 25, o diretor de Administração e Planejamento Marcos Campos repetiu a ação. Ele voltou a conversar com os policiais sobre a situação da delegacia, além de esclarecer o posicionamento do sindicato para o delegado-chefe e para o chefe do DASG responsável pela limpeza. “Nós ficamos seriamente preocupados com a situação. Continuaremos acompanhando e prestando o auxílio que for necessário”, afirma.

Ainda pela manhã, o delegado-chefe solicitou que a a equipe de Comunicação do Sinpol-DF se retirasse da delegacia enquanto as informações contidas nesta matéria eram apuradas.

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