Na reunião, foram discutidos o déficit da PCDF e a nomeação dos aprovados (Fotos: Otto Peyerl)

Na manhã desta terça-feira, 12, o Governo do Distrito Federal (GDF) realizou uma reunião para discutir o déficit do efetivo e o calendário de nomeações dos aprovados no último concurso da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Além da presidência do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) e gestores de diversas áreas do governo, deputados e representantes da comissão de aprovados também participaram do encontro.

O secretário de Administração e Desburocratização do GDF, Antônio Paulo Vogel, voltou a afirmar da impossibilidade de, neste momento, apresentar um cronograma e indicou uma grande chance de serem realizadas poucas nomeações este ano. “Eu gostaria de ter uma posição nessa reunião de hoje, mas não tenho”, afirmou o secretário logo no início do encontro.

Mais uma vez, os gestores do GDF não apresentaram o cronograma de convocação

“Nós estamos finalizando uma instrução no processo para verificação de impacto financeiro. Em seguida, iremos debatê-lo com os demais membros da área econômica financeira do governo, para então analisarmos se é possível apresentar algum cronograma ou realizar alguma nomeação ainda esse ano”, ressaltou Vogel.

“A gente tem consciência da necessidade da Polícia Civil, mas, infelizmente, aqui hoje, eu não tenho uma posição final”, alegou.

Para o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco, o Gaúcho, a situação financeira do GDF tem sido utilizada como forma de o governo se eximir da necessidade de buscar soluções para o problema.

“A leitura que nós fazemos é que o Governo do Distrito Federal tem tapado os olhos para não enxergar essa realidade que a população está enfrentando, com a piora da nossa segurança pública”, pontuou.

“O GDF tem se escondido atrás da desculpa de que não tem dinheiro agora, mas, nesse meio tempo, não dá qualquer indicativo de que está buscando soluções. É preciso enfrentar essa realidade e mudar um pouco o discurso, porque o que nós estamos vivendo hoje é uma situação de risco de vida para os policiais e para a população, com índices apontando para dois cidadãos mortos por dia no Distrito Federal”, justificou Gaúcho.

Além de Gaúcho, o vice-presidente do Sinpol, Renato Rincon, representou a categoria

O presidente do Sinpol destacou ainda que a Policia Civil não tem mais de onde enxugar seus quadros e anunciou que, dia 21, a categoria estará em assembleia geral em frente ao Palácio do Buriti – com indicativo de paralisação de toda a Polícia Civil.

APOIO

A reunião também contou com a presença de deputados no sentido de pressionar o governo. O deputado distrital Wellington Luiz (PMDB) lembrou que o Fundo Constitucional foi criado em 2002, prioritariamente, para resolver a questão da segurança.

“Ao longo dos anos, foi se perdendo finalidade da sua criação e nós começamos a ter sérios problemas”, disse.

“É necessário que seja realizada uma força tarefa dentro do governo para que se pense em uma solução urgente. Porque, pela primeira vez na história, nós vamos ver a Polícia Civil parar sem estar de greve, mas por falta de efetivo”, contrapôs o deputado distrital Dr. Michel (PP).

“A situação da saúde é crítica. A da educação é caótica. Mas a da Polícia Civil está, ao mesmo tempo, crítica e caótica”, acrescentou o deputado lembrando que as delegacias têm funcionado com apenas dois policiais no plantão.

O deputado Federal Roney Nemer (PMDB-DF), por sua vez, analisou os impactos da situação de crise econômica que vive o Brasil. Segundo ele, “o desemprego tem aumentado absurdamente, o que desencadeia também o aumento da violência e, por outro lado, no GDF não se aprovada um projeto. Quantas empresas estão esperando o Habite-se, estão esperando aprovação e alvará de construção para poder fazer o dinheiro girar?”

“É preciso pensar em ideias de se aumentar a arrecadação de receitas”, pontou Nemer, ao ressaltar que distorções não são atualizadas e o IPTU, por exemplo, continua sendo o mesmo do início de Brasília. “A gestão anterior pode ter sido irresponsável, mas eles foram tirados do governo, e os senhores foram colocados para que se encontrasse uma solução. Não adianta ficar reclamando do governo anterior”, afirmou Wellington Luiz.

NOVA REUNIÃO

O deputado Federal Roney Nemer solicitou ainda que fosse pré-agendada uma nova reunião para dez dias depois da divulgação do relatório financeiro do novo quadrimestre, que deve ser apresentado no fim do mês de maio, trazendo mais clareza para as contas do GDF.

“A Secretaria de Administração está terminando o cálculo de impacto financeiro das nomeações e nós vamos submeter ao colegiado e então iremos traçar o cronograma, dentro dos limites que a gente tem aqui hoje”, anunciou o secretário de Administração e Desburocratização.

Gaúcho, por outro lado, pediu que o GDF deixasse de olhar apenas a situação financeira, mas que passasse a ser olhada também “a situação da rua, do risco, das mortes”. “A criminalidade está aumentando, e, enquanto isso, já concebemos, por exemplo, a possibilidade de fechar delegacias na capital da República”, criticou.

“Quando esses problemas chegarem em um estopim mais grave, a conta não vai cair no colo dos policiais”, assegurou o presidente do Sinpol. “Essa responsabilidade vai cair no colo do governo, pois nós não vamos abrir mão de responsabilizar quem não está assumindo responsabilidade nenhuma com relação à segurança pública e, em especial, com relação à Polícia Civil”, concluiu.

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